San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Monday, March 14, 2005

1ª Impressão

A aculturação não podia ser maior. Escrevo-vos desde uma mesa de um dos milhentos Starbucks dos Estados Unidos, e um dos muitos de San Diego. Mas não se preocupem que a aculturação é só assim mesmo superficial, pouco profunda. Não atinge as minhas convicções. O que posso dizer eu destes primeiros dias? De facto, vindo parar aos Estados Unidos, acho que não me podia ter acontecido melhor do que pousar na Califórnia. E já agora, puxando a brasa à minha sardinha, a San Diego, que segundo ainda hoje li, é a segunda maior cidade da Califórnia. Pressuponho que a maior seja Los Angeles, a quase 200 km daqui. Aqui é tudo muito descontraído, muito informal, as pessoas são muito simpáticas, e o tempo é muito agradável. A cidade é tranquila, apesar de ser cosmopolita e cheia de vida. O que conheço melhor até agora é downtown, a zona central por excelência. É aqui, bem no coração de San Diego que tenho montado o meu quartel general, no youth hostel Hosteling International. Downtown tem algumas torres, a lembrar outros arranha-céus e outras cidades, mas apenas os suficientes para identificar esta cidade com a realidade cultural americana. Nenhuma é a perder de vista, e a cidade não é abafada por elas. A zona onde se situa o meu hostel é o Gaslamp Quarter, um bairro antigo, com casas de dois, três ou quatro andares, ao estilo vitoriano como aqui o definem, ruas amplas, árvores, cafés, lojas, restaurantes e muita gente. Especialmente à noite! De facto downtown durante o dia é bastante pacata, tendo gente dispersa pelas ruas, mas não o que seria de esperar numa grande metrópole. A partir das 5 ou 6 da tarde esta zona começa a encher-se de gente, os restaurantes e bares fervilham com pessoas de todas as idades, começa a ouvir-se música a sair de cada porta, e este bairro ganha uma vida inacreditável. Muitas lojas de roupa ou decoração ficam abertas até tarde, e não é raro eu descobrir lojas e pormenores que me tinham passado despercebidos durante o dia. Tenho quase a impressão que há algumas lojas e restaurantes que só abrem de tarde. Há imensos bares com música ao vivo todos os dias, desde blues, jazz, funk, ou rock. Já assisti a alguns concertos bem engraçados. E as pessoas aqui saem de casa para se divertirem, dançarem, e relaxarem, e não para olharem para a roupa que o vizinho da mesa ao lado tem vestida. Existem bares e restaurantes asiáticos muito interessantes, tailandeses, japoneses, chineses, etc. E claro, não podiam faltar imensas casas mexicanas, com tacos, enchiladas, burritos e muita tequilla. O que me surpreendeu foi o número de restaurantes brasileiros, e uma loja chamada Little Brazil. Hoje visitei Little Italy, que fica no centro também, mas mais a norte, sendo ainda considerado Downtown. Vimos por essa zona duas casas e é bem possível que acabemos por ir para lá viver. Em cinco ou 10 minutos a pé estamos no Gaslamp Quarter, do qual apenas nos separam um par de quarteirões e as torres da NBC, da Wells Fargo, do Bank of América, do Comunity Center e de um ou outro hotel. Era o que queríamos, viver no centro. Houve a ponderação entre o centro ou uma zona de praia movimentada, onde a animação não faltasse também. Mas downtown foi sempre a preferência, embora a dificuldade em arranjar apartamentos com 3 quartos nos estivesse a deslocar para Pacific Beach, uma zona de casas e vivendas, bares e restaurantes, com praias, palmeiras, escolas de surf, skaters, e tudo aquilo a que estamos habituados a relacionar com a Califórnia. Arranjamos na sexta feira uma casa lá, a 3 minutos a pé da praia, e na zona aparentemente mais aprazível daquela área, perto de tudo, mas agora apareceram estes dois no centro que nos deram uma boa dor de cabeça: a de escolher onde viver entre duas opções que eram da nossa preferência. Parece-me que downtown vai ganhar, até porque não são mais caras e são em condomínios de luxo com todos os extras do mercado. A praia continua a ficar perto, tendo Pacific Beach ou Ocean Beach a 10 ou 15 minutos de carro e a caminho de volta do trabalho. A cidade, apesar de tudo não me parece muito grande. Pelo menos o centro. Já fiz a pé quase tudo aqui em volta. O que acontece é que a cidade se estende quilómetros para norte, sul e leste, onde há zonas residenciais, empresas, indústria, e zonas costeiras de praias. Algumas já visitei para me aperceber da cidade como um todo, mas muitas ainda são uma incógnita para mim.

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