San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Saturday, August 19, 2006

Fim de Semana de Santa Mónica a Santa Bárbara

No início de Outubro foi tempo de mais uma escapadela da pacata San Diego. Assim, na sexta-feira eu e a Joana despachámos o trabalho a horas decentes para rumar a Santa Mónica - Los Angeles. No dia anterior, um pouco contra os meus costumes e o meu gosto pela improvisação, liguei para o motel onde tinha ficado em Santa Mónica há um mês atrás para marcar quarto. Os quartos do Seaside View eram bastante baratos e bons, e muito bem localizados em Ocean Avenue bem no centro de Santa Mónica. A senhora que me atendeu e que eu já conhecia, uma mulher hispânica de baixa estatura e rudeza que baste, garantiu-me que me guardava o quarto. Só me perguntou a que horas eu chegava, e quando lhe disse - pelas 8 - ela disse que não havia problema. Achei estranho! Não quis o meu nome, o meu telefone… nada! E eu ofereci! Claro que a idiota da mulher não me guardou quarto nenhum, e quando cheguei a Santa Mónica, a morrer de fome e cansaço, ainda tive que andar à procura de hotel. O que vale é que em Santa Mónica não faltam hotéis, motéis e afins, e logo ali perto arranjámos o último quarto disponível num hotel mítico: o Hotel California. Não sei se foi este que inspirou particularmente os Eagles, já que também vi um em Palm Springs e não me consta que a música fosse uma ode a um franchising. O Hotel California era agradável e repleto de referências à música, ao cinema e a Los Angeles. No quarto tínhamos uma guitarra eléctrica pendurada na parede na cabeceira da cama, na parede em frente um poster do filme “City of Angels”, e ao lado da cama outro poster, desta feita do filme “Escape From LA”. Para rematar o espírito, e estando nós em Santa Mónica, a cabeceira da cama era uma prancha de surf. Tínhamos, portanto, um quarto temático. Mas não nos demoramos muito por lá. A fome arrastou-nos para fora do quarto para uma caminhada de uns 5 minutos até ao coração da 3rd Street, ou a Promenade como lhe chamam, a rua das lojas, restaurantes e bares mais conhecida de Santa Mónica. Depois de um belo repasto italiano ainda tivemos forças para explorar um pouco as redondezas, o que se traduz basicamente em ver lojas e artistas de rua pelo caminho. O apelo consumista acabou por fazer mossa no meu bolso, mas foi um regalo para os meus pés. De sapatilhas novas e reconfortados pela comida o cansaço veio de novo ao de cima e começámos o caminho de regresso ao hotel. Não sem antes parar uns 5 minutos a assistir a uma performance: um pequeno grupo de evangelistas de rua insurgia-se contra o pobre Darwin e a sua teoria do evolucionismo, contra os conhecimentos de genética molecular, e contra quem se dispusesse a contradizê-los num púlpito próprio para o efeito. Ouvi ali coisas novas, hilariantes mesmo, como a enigmática teoria da ratoeira, entre outros argumentos estapafúrdios. Mas era tempo de descanso, que os planos para o dia seguinte eram extensos, e rumámos então ao Hotel California para o merecido e ansiado repouso.


Welcome to the Hotel California... Such a lovely place... Posted by Picasa


O quarto do Hotel California. Não podia ser mais emblemático! Prancha de surf na cama, guitarra na cabeceira, e o poster do "Escape From LA" ao lado. Posted by Picasa


Cinema no centro de Santa Mónica. Design dos anos 60 ainda é dominante na Califórnia. Posted by Picasa


Mais um exemplo do grafismo retro de Santa Mónica. Posted by Picasa


A entrada para o Pontão de Santa Mónica. Posted by Picasa

Santa Mónica e Venice Beach

O dia seguinte começou cedo com um magnífico pequeno-almoço numa pequena casa de pequenos-almoços bem perto do hotel. Havia espera para a mesa pelo que fomos lendo as notícias no LA Times enquanto os odores vários nos iam torturando a paciência e estimulando ainda mais o apetite. Este pequeno-almoço avantajado, consistente, num misto do chamado pequeno almoço inglês com um toque bem americano como o "maple syrup" e as panquecas de laranja, os toques italianos do manjericão e dos oregãos nos pratos, e as inevitáveis influências mexicanas como o chili dos ovos mexidos, deu-nos energias para um dia bem preenchido. O passo seguinte foi queimar toda aquela energia potencial ingerida num passeio de bicicleta de Santa Mónica a Venice Beach pela praia, experiência repetida para mim mas que me deu bastante gozo. Ao longo daqueles quilómetros em que percorremos o tapete sinuoso de cimento que se estende pela praia vamos absorvendo diversas experiências. Ora somos ultrapassados por um quarentão montado nos seus patins em linha e equipado a rigor, como se cruza connosco um skater das correntes mais radicais de Venice Beach, ou um par de velhotes se passeia numa espécie de triciclo de competição, umas bicicletas de três rodas em que se pedala numa posição mais próxima do deitado rente ao chão. No passeio junto ás casas também não faltam motivos de distracção, como os diversos artistas de rua que se acotovelam por 5 minutos de atenção à medida que nos vamos aproximando de Venice, os grafitis nas casas e prédios, a música, os campos de street basket ou o parque de betão e palmeiras onde os mestres do BMX e do skate vão treinando os seus números e acrobacias. Chegados a Venice flectimos para dentro da vila balnear para vermos a zona que dá nome à famosa povoação. Pelo meio dos canais de Venice Beach parámos para admirar as imensas vivendas pousadas na água pachorrenta e sentir a calma que ali se vive. Os pequenos barcos parados ás portas das casas dão a ideia de estarmos perante um remota comunidade lacustre que ali se instalou para fugir ao reboliço que os turistas e veraneantes trazem a Venice, e sentindo aquela tranquilidade nem nos apercebemos que estamos nos arredores da imensa Los Angeles. Depois de desfrutarmos do nosso momento zen, absortos da confusão da grande L.A., pegámos nas bicicletas para fazer o caminho de regresso. Mas o dia, que nos corria tão bem, reservou-nos uma surpresa em Venice. Enquanto nos regalávamos com a paisagem, com o silêncio redentor, e engrossávamos os megabites de fotografias nos nossos cartões de memória, o meu pneu da frente esvaziava discretamente, numa cadência leve de sussurro até o profundo vazio. Como fazer os quilómetros que separam Venice de Santa Mónica em acrobacia na roda de trás estava fora de questão por uma série de imperativos técnicos, a solução foi caminhar com a bicicleta pela mão na direcção a Santa Mónica. Junto à praia, nos diversos postos de aluguer de bicicletas, percebi que aluguei a bicicleta no único posto que não tem sucursais ao longo da praia e por isso não me podiam dar outra bicicleta. Arranjou-se um paliativo que foi atafulhar o pneu da frente de ar e fazer um sprint até ao próximo posto onde teria de repetir a ladainha do meu infortúnio ao mexicano de serviço e voltar a encher o pneu. Acabou por dar outra piada ao regresso a Santa Mónica, é o me que diz o meu carácter optimista e bem disposto que me impediu de desfazer a bicicleta numa palmeira. Pelo meio ainda fizemos uma incursão pela parte interior do passeio junto à praia de Venice onde vemos pequenas lojas de souvenirs, vendedores e artistas de rua. Entre músicos e pintores, destaco os verdadeiros freaks de L.A., como o senhor de turbante branco, barba farta, camisa colorida, calções e patins em linha, que se passeava com um sorriso imbecil nos lábios e a tocar intermináveis solos numa guitarra eléctrica que se fazia ouvir num amplificador que trazia ás costas. Só mesmo em L.A..


O maravilhoso pequeno almoço reforçado tomado em Santa Mónica. Posted by Picasa


A fantástica Venice Beach... Posted by Picasa


Venice Beach - LA - California Posted by Picasa


Pelos canais de Venice Beach. Posted by Picasa


Os inúmeros grafitis de Venice Beach. Posted by Picasa


Mais uma amostra da arte de rua que se enconta em Venice Beach. Posted by Picasa


Muscle Beach - Santa Mónica. Um ginásio outdoors... Posted by Picasa


Lá vou eu em penitência com a bicicleta pela mão, finalmente a chegar a Santa Mónica. Posted by Picasa

Friday, August 18, 2006

West Hollywood - Estrelas Sem Brilho

Depois de almoçarmos em Santa Mónica seguimos para o centro de L.A., tomando a Santa Mónica Boulevard, uma avenida com uns 15 ou 20 km que atravessa L.A. transversalmente, da costa até o seu coração, e onde a gigantesca Route 66 tem o seu parto para crescer até Chicago do outro lado dos EUA. Pelo caminho passámos por diferentes zonas da cidade, incaracterísticas e sem grande interesse, até que chegamos à luxuosa Beverly Hills onde podemos ver os míticos Beverly Hilton e Beverly Hills Hotel, a Rodeo Drive, e as imensas mansões rodeadas de árvores e vegetação. Esta é uma zona agradável, verde e ordenada, com casas bonitas e bem desenhadas, e uma abundância onde a fronteira entre o luxo e a futilidade raramente é perceptível. Seguindo mais para o centro chegámos a West Hollywood, a zona mais conhecida de L.A., com todas as suas referências cinematográficas bem capitaneadas pelas altivas letras encavalitadas no monte que se ergue a norte. Hollywood está longe do glamour que se lhe imagina. As artérias principais, Santa Mónica Boulevard e Hollywood Boulevard, são avenidas sem grande interesse, onde se vão descobrindo alguns teatros históricos ou antigas editoras musicais por entre centenas de sucursais de Taco Bell, Jack in the Box ou Starbucks. Os estúdios cinematográficos estão mais escondidos no meio de quarteirões mais periféricos a estas duas avenidas. Onde se recupera algum desse brilho é nas imediações do Kodak Theater em Hollywood Boulevard, numa extensão de 3 ou 4 quarteirões. Aí os passeios são mais limpos e cuidados, o Hall of Fame está bem conservado, há imensas lojas de roupa e de souvenirs, e um movimento digno de uma cidade. Já era algo tarde e ainda tínhamos que ir para Santa Bárbara, por isso tentamos gastar pouco tempo por ali. Fizemos um tour de carro pelas principais zonas da cidade e estacionámos o carro num parque mesmo ao lado do Kodak Theater para dar uma volta pela zona. Logo ao sair do parque de estacionamento temos o mítico Chinese Theater, o antigo teatro de Hollywood. Aos pés deste bonito teatro vemos registos em baixo relevo gravados nas lajes de cimento a imortalizar nomes como Shirley Temple, Liz Taylor, ou os mais recentes Eddie Murphy e Tom Cruise. Ao lado nasceu o grande complexo comercial que alberga o Kodak Theater. Mas mesmo a entrada deste teatro está longe da solenidade de uma entrega de Óscares. Para entrar no teatro temos que entrar no centro comercial, num corredor com lojas de roupa e de doughnuts que nunca associamos a uma passadeira vermelha rumo à fama. Depois de nos passearmos pela zona e de nos cruzarmos com inúmeros sósias de figuras como Elvis ou o tenebroso boneco Chuckie, regressámos ao carro para fazer o caminho rumo a Santa Bárbara. Era já fim de tarde, e a luz começava a fugir. Foi pena, pois o caminho prometia.
Depois de tomarmos a 10 para norte, fomos entrar na mítica Highway 101 que se debruça sobre o Pacífico e que tem uma paisagem especialmente bonita a norte de L.A., ladeada por montes, escarpas e o imenso oceano. Mas foi algo que nunca podemos testemunhar. Naquela escuridão galopante que se foi instalando ainda podemos vislumbrar aquela aura amarela rósea que delimita o mar do horizonte, a indicar que o sol se tinha posto á pouco tempo, e ainda deu para imaginar como seria aquela paisagem banhada pelo sol. Mas isso foi o máximo que alcançamos e, resignados, fomos rumando a norte até Santa Bárbara onde chegamos já ao início da noite.
Com a minha descontracção do costume rumei a Santa Bárbara sem hotel marcado. Tentei marcar um dos únicos que encontrei na net uns dias antes, mas já não tinham quartos, talvez por ser barato. Chegar a um sítio turístico à beira mar como Santa Bárbara sem hotel marcado a um sábado é arriscado, e ainda para mais ás das 8 da noite. À chegada, num assomo de optimismo, dirigimo-nos para a zona da praia, junto ao pontão. Ali encontramos diversos hotéis, mas muitos com um ar demasiado generoso para as nossas ambições, e quanto mais não fosse, todos lotados. Seguimos então em direcção ao centro da cidade para procurar hotel, e fomos dar à rua principal de Santa Bárbara, State Street. Esta rua, que atravessa toda a cidade, alonga-se desde a magnífica baía de Santa Bárbara até à parte mais alta e periférica da cidade. Ao cruzá-la vimos inúmeros bares e restaurantes, música diversa na rua, gente a desfrutar de mais uma noite de sábado, e imensas lojas, a maior parte já fechada. Vimos tudo isso, menos hotéis. Optamos por seguir na State Street, e passados alguns quarteirões animados começamos a sair do centro da cidade, mas apenas umas milhas mais á frente, quando já desesperávamos, vimos um hotel. Nem foi preciso entrar, pois nos EUA grande parte dos hotéis exibe um sinal luminoso vermelho a dizer “no vacancy” quando já não sobram quartos para turistas descuidados, e ele lá estava irritantemente reluzente. Mas a partir dali começaram a aparecer motéis pela rua e a esperança renovou-se, apesar da presença repetida do sinalzinho luminoso nos começar a convencer que não íamos ficar em Santa Bárbara a dormir. Foi precisa uma boa dezena de milhas para encontrar um hotel com um quarto. Era um bocado acima do orçamento, mas o hotel era bom, e atrás de nós já estava um tipo á espera pronto a ficar com o nosso quarto caso desistíssemos. Não hesitamos. Levamos as coisas para o quarto e fomos jantar à cidade. Santa Bárbara estava animada, com imensos jovens a encher os bares e restaurantes. Santa Bárbara é uma cidade pequena, mas que conta com uma universidade que lhe dá uma vida mais vibrante, pelo menos ao sábado à noite. Mas nós, com o cansaço de um dia de viagem e turismo, já mal nos aguentamos depois do jantar, que terminou pela meia-noite, e recolhemos então ao nosso bem dito hotel.


West Holywood ao cair da tarde... Posted by Picasa


A Joana como protagonista em Sexta Feira 13... Posted by Picasa


Holywood Posted by Picasa


Sósias de famosos. Ali o senhor de branco é um duplo sósia... para além de se vestir como o Elvis é igual a um amigo meu... o Vieira !! Quem o conhecer que o diga ... Posted by Picasa


Mickey e Minie ... Posted by Picasa


O Kodak Theater, palco anual dos Óscares. Posted by Picasa


A estrela maior ! Posted by Picasa

Santa Bárbara

Acordamos ao início da manhã e ao abrir das cortinas fomos brindados com uma vista dos montes que rodeiam Santa Bárbara a enquadrarem o hotel e a piscina. Arrumámos as coisas, fizemos o check out do hotel e fomos para o centro de Santa Bárbara visitar a cidade e tomar o pequeno-almoço. Estacionámos perto da State Street e começámos a nossa visita. Para repor forças começámos pelo objectivo primário de comer um verdadeiro pequeno-almoço anglo-saxónico. Desencantámos um local muito simpático e abastecemo-nos de calorias e proteínas para o resto do dia num dos pequenos-almoços mais exagerados que alguma vez comi, mas também num dos melhores e mais saborosos. Vagabundeámos pelo centro da cidade que está repleto de lojas, restaurantes e pequenos bares. É uma cidade muito limpa e ordenada, como quase todas nos EUA, e com um nível de vida aparentemente superior a Santa Mónica. É uma zona onde as pessoas são diferentes. Não falei com muitas, mas são coisas que se notam. Falam de forma diferente, vestem-se de maneira diferente, os seus gestos são diferentes. Há grandes influências espanholas nas casas coloridas ou nos enormes pátios, nas flores que animam as soleiras ou nos telhados. Notam-se também influências europeias noutras coisas, e talvez daí a minha sensação de em Santa Bárbara as pessoas serem diferentes. Para além do aspecto pacato e pitoresco das casas e das ruas, no seu estilo colonial europeu, o centro da cidade não oferece grandes pontos de interesse. É, no entanto, uma cidade muito agradável e alegre.
Já à beira-mar fizemos o passeio junto à praia que nos leva até ao pontão de Santa Bárbara. A baía é calma e um bando enorme de albatrozes cinzentos descansava nas águas ternas do pacífico. Já ali ao lado uma pequena feira de artes dava um colorido especial à paisagem por entre os relvados que antecedem a areia da praia. Um pouco mais à frente tínhamos uma piscina seca ali colocada propositadamente para os skaters deslizarem a seu belo prazer. Ficámos ali um pouco a observar as suas acrobacias, algumas bem feitas e outras que acabavam no chão com estrondo, e seguimos depois em direcção ao pontão. À entrada do pontão um escultor de areia acabara de moldar um soldado americano na perfeição, um marine de areia que guardava a praia de plantão. Ao subir ao pontão e ao espreitar para a praia do outro lado vemos um memorial em honra dos soldados mortos no Iraque. Um mar assustador de cruzes brancas que impressiona na imensidão do areal juntamente com a dor silenciosa de alguns americanos que olham inconformados para aquele cemitério simbólico. Viam-se alguns cartazes a pedir o fim da guerra e bandeiras americanas hasteadas ao vento. Um dos senhores responsáveis pela organização daquele memorial veio-nos oferecer um postal com uma foto nocturna tirada no dia dos veteranos da mesma praia cheia de cruzes e velas. Apercebendo-se que éramos estrangeiros dedicou-nos algumas palavras a explicar a situação americana no Iraque, e a posição daquela comissão. Aqui vemos o outro lado do imperialismo americano, e percebemos que por trás das demonstrações propagandísticas de força está um povo vulnerável como todos os outros. Apercebemo-nos também, e é algo que não me canso de verificar, da diversidade de opinião que aqui existe, muito longe do retrato implacável que traçamos do povo americano à distância de um oceano. Se vemos os falcões, representados pelo Presidente Bush, vemos também outras correntes de opinião a fluir livremente e sem preconceito. Tem-me sido, aliás, difícil encontrar os ditos falcões no informado estado da Califórnia.
Um pouco mais à frente, também no areal, vi umas das formas divertidas de dar esmolas a um sem abrigo. Uma toalha na praia, em cima um balde com um fundo de água, e um pequeno cartaz a desafiar-nos a acertar no balde. À frente um mais difícil, com um fundo de garrafa e um peluche. Hesitamos muitas vezes em dar esmolas, mas venham-nos desafiar o competitivo ego masculino com um bom desafio que cedemos rapidamente. É assim a condição humana, e foi assim que acertei à primeira no balde e fui congratulado pelo americano que também se debruçava no pontão. Coisas de homens. E quem ganha é o sem abrigo. Chegando ao fundo do pontão, já bem dentro do Oceano Pacífico, olhamos para trás e vemos toda a baía de Santa Bárbara numa curva acolhedora para receber o Pacífico, e Santa Bárbara a estender-se em anfiteatro até os verdes e imponentes montes de Santa Ynez rodearem esta pequena cidade e se elevarem para interromper o nosso campo de visão. A paisagem convidava à contemplação, mas o dia avançava impiedosamente, e a nossa agenda ainda incluía deveres turísticos para lá dos montes de Santa Ynez, e deveres sociais em San Diego com a importância de um concerto de Franz Ferdinand, e por isso apressamo-nos para o carro para rumar ao Santa Ynez Wine County, a área vinícola desta zona da Califórnia.


O acordar no nosso hotel de Santa Bárbara. Posted by Picasa


A Joana já satisfeita depois de um bom pequeno almoço. Posted by Picasa


Na State Street em Santa Bárbara. Posted by Picasa


Pormenor da cidade de Santa Bárbara. Posted by Picasa


Os albatrozes cinzentos característicos da costa da Califórnia. Posted by Picasa