San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Friday, August 26, 2005

Jack Johnson Live @ San Diego

Logo pelo início de Agosto mais um evento cultural. Concerto de Jack Johnson. Apenas conheci verdadeiramente Jack Johnson aqui em San Diego, e a sua música simples e leve tem tudo a ver com esta descontraída cidade. Por tudo isso, Jack Johnson ocupa já um lugar de destaque na banda sonora da minha estadia por aqui, e sei que ouvi-lo daqui por um ano significará o despoletar de inúmeras memórias e emoções. O concerto foi no campo de jogos da UCSD, a Universidade da Califórnia em San Diego, um imenso relvado no meio do campus universitário. Aqui os concertos são quase sempre ao ar livre, e toda a gente leva mantas, toalhas e afins, para se estender no relvado à espera do concerto e a ver as bandas de abertura. O cenário à chegada era de um emaranhado de mantas e gente estendida ao relento, pelo meio dos quais nos tivemos que esgueirar para arranjar um lugar mais perto do palco.

O concerto foi excelente, melhor mesmo do que estava à espera. Pelos vistos não sou o único a achar que Jack Johnson é uma excelente banda sonora de San Diego, já que o concerto estava lotado e todos sabiam de cor as músicas. As meninas em especial faziam um bruá agudo de quando em vez, embriagadas pelo alto e espadaúdo Jack, antigo campeão do mundo de surf. O concerto valeu muito a pena, e superou as minhas expectativas. A música é simples, mas sensível, sem grandes artifícios, mas genuína, e o concerto foi fiel a isso tudo. Mais um bom momento em San Diego. O pior foi demorar hora e meia para sair da zona da Universidade. Raio de trânsito…

Jack Johnson – The News, in Brushfire and Fairytales

A billion people died on the news tonight 
But not so many cried at the terrible sight 
Well mama said 
It's just make believe 
You can't believe everything you see 
So baby close your eyes to the lullabies 
On the news tonight 
 
Who's the one to decide that it would be alright 
To put the music behind the news tonight 
Well mama said 
You can't believe everything you hear 
The diagetic world is so unclear 
So baby close your ears 
On the news tonight 
On the news tonight 
 
The unobtrusive tones on the news tonight 
And mama said 
 
Why don't the newscasters cry when they read about people who
die? 
At least they could be decent enough to put just a tear in their
eyes 
Mama said 
It's just make believe 
You cant believe everything you see 
So baby close your eyes to the lullabies 
On the news tonight


O povo de San Diego relvado da UCSD... Posted by Picasa


Um belo concerto de ver�o ... Posted by Picasa


Jack Johnson @ San Diego Posted by Picasa

Monday, August 22, 2005

Estórias Avulsas

Tenho andado arredado do blog, e apenas tenho escrito sobre as viagens que vou fazendo. Não é que seja pouco, e no fundo o que o povo quer é fotografias! É assim o Homem, come com os olhos. Mas, para os mais letrados, aqui vão umas palavras sobre os últimos tempos, e um pedido de desculpas pelo meu abandono. Abaixo deste post há novidades ... Um abraço a todos!

Welcome to Tijuana ...

Aproveitando a presença do João, que veio de S. Francisco para mais uma visita e para assistir ao festival Street Scene, decidimos ir a Tijuana no México. Tijuana, como todos sabem, é uma cidade fronteiriça mexicana que divide a sua responsabilidade aduaneira com San Ysidro do lado americano. San Ysidro faz parte de San Diego, e a 3 quarteirões de minha casa apanha-se o trolley (uma espécie de metro de superfície) que vai até a fronteira. À medida que o trolley avança para sul, deixando a Downtown de San Diego para trás, o México começa a ser uma realidade, já que a os habitantes das zonas mais a sul de San Diego são predominantemente mexicanos, com zonas com nomes como Chula Vista ou El Cajón. A entrada no México é incrivelmente fácil. Nem o passaporte se mostra. Passa-se por um militar americano encostado a um canto, e ultrapassa-se uma porta rolante de ferro, entrando-se efectivamente em território Mexicano. À entrada imensos taxistas se oferecem para nos levar ao centro de Tijuana, uma ajuda desnecessária, já que 5 a 10 minutos a pé pelo meio de comerciantes e botecos nos levam a esse destino num contacto mais próximo com a realidade da cidade. Tijuana, na verdade, não tem nada de especial para ver, a não ser um povo mais expansivo e alegre, mas também mais pobre, umas lojas com especialidades Mexicanas para americano ver, e uns restaurantes e bares com álcool barato e acessível a acenar aos jovens americanos. Talvez se aplique a frase mítica de Manu Chao: “Welcome to Tijuana, tequilla, sexo y marijuana…”. Demos umas voltas pela Avenida Revolución, a artéria comercial e destinada aos turistas, onde almoçámos e sentimos um pouco o ambiente da cidade, com comerciantes insistentes a tentarem arrastar-nos para dentro das suas lojas e restaurantes, música por todo o lado, e imensas referências ao estereótipos cultura Mexicana. Na fronteira, para entrar nos EUA, um zeloso funcionário da emigração decidiu implicar com o João e obrigá-lo a tirar um documento e a perder hora e meia em formalidades, enquanto eu e a Joana entramos sem qualquer problema.

Resumindo, posso dizer que já fui ao México, embora não tenha visto nada que me satisfaça a curiosidade que tenho enquanto turista e viajante. A vontade de me aventurar pelo México dentro é grande, e será provavelmente concretizada lá mais para a frente. Por enquanto ficou um pequeno aperitivo.


Bienvenidos a Tijuana ... j� cantava o outro ... Posted by Picasa


O cão e o cowboy em Tijuana, num diálogo indecifrável... Posted by Picasa


As ruas de Tijuana a preto e branco, sem as suas cores caracter�sticas. Posted by Picasa


O comércio de rua em Tijuana... Posted by Picasa


Cerveja barata nas ruas de Tijuana ... Posted by Picasa


Avenida Revoluci�n !! Posted by Picasa


Tijuana... entre o carnaval e o faroeste... Posted by Picasa


�s portas de Tijuana ... Posted by Picasa


Se�or Reina negoceia uma saladinha de frutas ... Posted by Picasa


Fruta fresca e barata nas ruas de Tijuana. Posted by Picasa


Tijuana no seu melhor ... Posted by Picasa


Os coloridos mercados de Tijuana. Posted by Picasa

Street Scene

No fim de Julho fui ao Festival Street Scene aqui em San Diego. Como o nome parece apontar, o festival realizava-se nas ruas de Downtown da cidade. Mas como tem vindo a dar alguns problemas de organização e segurança, lá levaram o evento para o parque de estacionamento entre o Qualcom Stadium, casa dos Chargers, e o Ikea. Num trolley apinhado lá me dirigi para o local com o João, visita de S. Francisco e amigo do Porto. O recinto tinha 3 palcos com uma programação interessante, o que é porreiro, mas também irritante, porque para pessoas com gostos diversos como eu acaba sempre por se tornar num dilema ter que escolher um palco. Aconteceu em Maio em Coachella. Desta feita o dilema não foi grande, já que optamos por irmos para os guetos gradeados destinados aos alcoólicos, recinto onde tínhamos que entrar para beber uma cerveja. E assim fomos ficando a beber e conversar e a ver alguns concertos à distância. Assim vimos Garbage, Flaming Lips, e mais uns tantos. Os escolhidos para uma assistência presencial e total em tempo e disponibilidade foram os White Stripes e os Pixies. Pelo meio ainda se ouviu Method Men e Snoop Dog, o hip hop americano no seu esplendor. Posso dizer que escolhemos bem os concertos. Tanto White Stripes como Pixies deram bons espectáculos. White Stripes eram por mim imensamente aguardados. Depois de inúmeras promessas de virem tocar a Portugal, consegui vê-los ao vivo na sua terra natal, ainda que bem longe da originária NY.

Os White Stripes, como todos sabem são dois, o mano e a mana. Eu sempre pensei que eles incorporassem alguns músicos para concertos, assumindo uma formação mais próxima da clássica formação rock. Pois enganei-me… Eram só mesmo os dois. E apesar de até darem conta do recado, havia algumas músicas de ficavam um bocado vazias, já que a guitarra de Jack White, mesmo que cheia de distorção, não faz a vez de duas mais o baixo, e esses elementos estão presentes nos discos. Mais do que as músicas, o que se sente realmente vazio é o palco. Pelo menos nos momentos iniciais parece sentir-se um bocado essa ausência. No entanto, o concerto foi bastante bom, e nenhuma música saiu verdadeiramente prejudicada pelas limitações da formação a dois. Jack White preenche bem o palco, e a baterista acompanha-o a preceito. Pessoalmente sempre gostei de ver uma menina cheia de atitude a bater numa bateria com vontade. Para encore muito previsivelmente foi deixado o hino “7 Nation Army” que fechou o concerto em beleza.

Os Pixies, que já tinha visto o ano passado no lotado Super Bock Super Rock, deram também um excelente concerto. Se calhar até um bocado melhor do que o que vi em Lisboa. Dando voz a todos os hinos da minha adolescência, Frank Black debitou energia na guitarra e na voz esganiçada e nos berros estridentes. Apesar de tanto ele como a Kim Deal já parecerem pais de família, e não pais da uma das melhores bandas rock do início dos 90, apresentaram-se em excelente forma. Aquelas músicas, perto da surf music, enquadram-se perfeitamente no cenário em que estou à 5 meses, a Califórnia. Apesar de originários de Bóston, parecem nascidos e criados em Long Beach ou Laguna Beach, ou mesmo a minha Pacific Beach. Excelente concerto dos Pixies. Bela maneira de se acabar o festival.

Dois bons concertos, e mais uma data deles a fazer de banda sonora a um fim semana bem passado. Outros concertos se avizinham. Dave Mathews Band, Jack Johnson, Queens of the Stone Age e Nine Inch Nails.

S. João em S. Diego

No dia 26 de Junho tivemos o nosso momento emigrante com o S. João como pretexto. Organizamos uma churrascada em nossa casa para os nossos amigos portugueses que viemos a conhecer aqui, e para alguns colegas nossos do trabalho. Respeitando os ilustres costumes lusitanos, as compras para a churrascada foram feitas na própria manhã do convívio, à última da hora por assim dizer. O local das compras foi o estranho hipermercado chinês 99 Ranch, uma confusão de produtos esquisitos e caracteres chineses, peixe vivo, líchias e outras iguarias de pôr os olhos em bico. A escolha deveu-se à possibilidade de arranjar sardinhas no meio daquele pardieiro. E realmente lá havia sardinhas, e uma variedade imensa de peixes e crustáceos. Ainda fomos a outro supermercado, o sugestivo Food For Less, comprar a carne e outras coisas indispensáveis a nossa tainada lusitana. Fomos em seguida tratar dos temperos, das bebidas, e de todos os acessórios destinados à churrascada, e esperar pelos convidados. Passou-se uma bela tarde na companhia desta pequena comunidade, como já vem sendo habitual sempre que nos juntamos.

Go Padres

Já frequentei o meu primeiro evento desportivo americano. Há cerca de 3 meses fui a um jogo de basebol patrocinado pela empresa, entre os San Diego Padres e os Atlanta Braves. O jogo, que sempre me fez mudar de canal na televisão, finalmente ganhou algum sentido para mim. Já compreendo as jogadas, e já consigo achar alguma piada ao desporto (não muita). Na televisão não tem graça nenhuma. É um jogo parado, com pouca emoção, pouco dinamismo. Mas realmente gostei de ir ao jogo, porque é um jogo de convívio. Tem piada ir com bastantes amigos, como o grupo que ía da empresa. O pessoal junta-se, vai buscar umas cervejas, uns amendoins aqui, uns nachos ali, uns hot dogs acolá, e volta e meia o povo levanta-se com um home run. É isto ir a um jogo de basebol. Tem piada por tudo que se passa à volta do jogo. O jogo em si é só o centro magnético de um rol de actividades paralelas, como os concursos que há para as bancadas, as animações, as tendinhas com merchandising, os comes e bebes, os amigos, as conversas. Deve ser deprimente ir sozinho a um jogo de basebol, como muito apaixonadamente já fui a muitos nas Antas do grande FCP. Falta a emoção e a tensão de um jogo de futebol. Falta-me agora ir ver os Chargers, a equipa de futebol americano de San Diego, e um de basketball dos Lakers. Mas essas épocas só lá para o Outono.