San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Thursday, March 31, 2005

U2 em San Diego

Vamos por partes. Eu não sou grande fã de U2, pelo menos dos U2 de hoje e dos últimos 10 anos. Acho que tinham interesse ate ao Achtung Baby, e especialmente no Achtung Baby. Isso fez com que algumas musicas do concerto eu nem conhecesse, e ouvir algumas delas fez com que desejasse nunca as ter conhecido. Por outro lado e lógico que vibrei com clássicos que me remetem para a minha adolescência como o Sunday Bloody Sunday, Where the Streets Have no Name, With or Without U, One, ou The Fly. Há memórias que ganham vida com aquelas músicas. São o que eu chamo bandas sonoras da nossa vida. Não quer dizer que apreciemos a música na sua essência propriamente. Gostamos dela especialmente porque esteve lá quando era preciso a dar cor a determinados momentos ou épocas da nossa vida, como uma banda sonora. E isso é como as imagens, vale mais que mil palavras. E foi isso que me fez alinhar em ir ao concerto, e até gostar de ter ido. E agora vamos a factos. O Bono, meus caros amigos, é uma fraude ao vivo. Não tem voz nenhuma de especial, e ás vezes parece que quer parecer mais do que realmente é (alguém me explica o que fazia ele com um lenço a vendar os olhos e a tentar alcançar o microfone?). Valeu-lhe o discurso sobre Africa que lhe ficou bem, principalmente para os americanos que tâm a mania que se preocupam com estas coisas apesar de não conhecerem minimamente a realidade fora do pais que habitam. Como campanha de marketing também foi interessante ouvi-lo falar em Deus num pais que usa mais a palavra God que Hi ou Hello. Adapta-se ao ambiente, não se pode censurar. Depois, o som era uma bosta, pelo menos no sitio onde estava, que era de lado do palco, onde diga-se a verdade, o som nunca costuma ser grande coisa. Mas já ouvi outras opiniões que vão na mesma direcção.
Outras coisas interessantes a registar são as que dizem respeito ao ambiente. Para já, pensei que dentro do recinto não ia haver álcool, reportando a algumas normas reinantes neste pais. Mas quando entrei vi tudo de cerveja na mão, e era com álcool meus amigos. Havia cerveja em tudo o que era barraca, e até havia umas tendinhas só com Margaritas! Vá lá. Gosto destes dias em que os Estados Unidos me surpreendem pela positiva (e diga-se com justiça que até tenho andado bastante bem impressionado). No concerto via-se de tudo, até um sósia do Bono, e muitas beldades californianas, loiras com todos os extras, não sei se todos de origem. O pior e que a maior parte vinha de atrelado, o que e uma chatice nas curvas, e por isso deixei pretensos test drives para outra altura. A organização também era bastante boa. Havia pouco trânsito quando fomos para lá, e também não demoramos muito a sair. Havia sitio para estacionar para todos e pouca confusão. Havia uma fila enorme para entrar, do género meio perímetro do pavilhão, porque todos eram revistados, mas avançava bastante depressa. No meio desta civilização toda acabei por perceber que para se mitrar em filas não há como os americanos. Era vê-los a aparecer de todos os lados para se encostarem sem cerimonias a meio de uma fila, ou mesmo a ultrapassarem os da fila deixando-os para trás. E mais impressionante era ninguém protestar. Só me lembrei que no Porto já tinham levado um selo que já nem viam era concerto nenhum. Era o que mais tarde lhe chamariam do famigerado choque cultural. E assim se passou uma noite de quarta feira diferente. O pior foi chegar a casa com o carro a verter óleo. O que vale é que não é meu. Vantagens de andar de carro alugado.




U2 - San Diego Sports Arena 03/30/2005


U2 - San Diego Sports Arena 03/30/2005 Posted by Hello


U2 - San Diego Sports Arena 03/30/2005 Posted by Hello


Aqui fica um pequeno registo da noite de hoje. Amanhã falo do concerto.  Posted by Hello

Tuesday, March 29, 2005

O 1º Concerto

Aqui está o bilhetinho. A abertura da Tourné Mundial dos U2. Bem, a abertura foi ontem. Amanhã é o segundo concerto de abertura. É como se chegasse atrasado, e quem me conhece sabe que chego sempre. Vou ser sincero. U2 não faz parte do meu extenso rol de preferências musicais, nem da minha extensa discografia, mas há certos hinos que só nos podem fazer recuar a tempos não muito longíquos mas já distantes, e em honra a isso, e também porque ontem passou o dia a dar U2 na rádio que quase me senti idiota por não ir ao concerto, aqui está o bilhete conseguido no mercado paralelo por um preço pouco negro e com pouco esforço. Mais um bilhete e uma banda para a coleção. O primeiro concerto por aqui. O primeiro de muitos espero eu. Amanhã conto como foi.


Mais uma figura clássica estas camionetas escolares.  Posted by Hello

Monday, March 28, 2005

A Aventura de Comprar um Carro

Tentamos comprar o carro, que é um assunto que já se está a arrastar tempo demais. Conseguimos encontrar os Car Dealers mais emblemáticos da zona. Tivemos o hispânico intruja e a sua trupe mafiosa, incluindo um Gangsta Neegger de rabo de cavalo e olhar desconfiado, e um mexicano rançoso a lavar um Cadilac vermelho. Ou o stand do homem mal encarado que parecia o Charles Bronson. Cheguei a esperar que ele sacasse da Magnum e disparasse quando nos gritou com ar sarcástico e agressivo “A Cherokee for 3000 dolars??”. Tivemos também a equipa multinacional Sul-Americana de vendedores com aspecto mais vigarista que já vi. Quando entramos no nosso carro alugado nas suas instalações vi claramente um deles a esfregar as mãos, dizer qualquer coisa aos colegas, e começar a dirigir-se para nós. Parti-me logo a rir! Um deles era brasileiro. Não sei porque, mas nalguns destes locais parecia antes que ía comprar droga ou armas, tal era o aspecto das pessoas e das instalações. Nada de estranho quando estávamos a visitar stands numa avenida que se chama El Cajon Boulevard! Parece o nome duma rua qualquer com um franchising daquele bar do “From Dusk Till Dawn”. Vampiros não vi… mas andamos lá perto. Depois visitamos um mais elaborado, vendedor de usados da Ford. Pelo menos bom aspecto tinha. O vendedor era um must! Todo aperaltado de fato mas sem o blazer, com um ar moreno e cabelo penteado criteriosamente com gel. Tinha ar de Ítalo-Americano, do género Tony Danza, se é que se lembram dessa ilustre personagem. Era empregado doméstico nos anos 80 numa televisão perto de nós. Era simpático, mas com uma léria de vendedor impressionante. “You are from Portugal. They have good soccer. I used to play soccer for San Diego team and in Canada. But not now. I have bad knees now. Figo! Ronaldo! I was in Italy playing for 12 months, and I visited France and Spain. We were about to go to Portugal. But we didn’t have the time.” Afinal era canadiano. Não parecia. A certa altura estacionamos o carro depois de o experimentar, e quando demos por nós já estávamos dentro de uma sala para assinar um contrato. Foi quando dissemos “We are not buying the car. At least not today”. Enfim… lá fomos à nossa vida. Já hoje, apontamos baterias para anúncios particulares. Depois do que vi nos vendedores, estava à espera de ir ver carros a becos sem saída de guetos e bairros suburbanos. Mas por acaso até acabamos por apanhar pessoal porreiro. Com melhor aspecto que os verdadeiros vendedores. Vimos um Toyota que era porreiro, mas tinha mudanças manuais, o que o torna difícil de vender quando nos formos embora. Está na lista por agora. A ver vamos. De qualquer maneira, depois do maquinão do Pontiac Grand Am que alugamos na última semana, qualquer carro me vai parecer mau. Até ao fim da semana o assunto deverá estar tratado.

Friday, March 25, 2005

Noite de Blues

Ontem dei mais uma volta pelo Gaslamp Quarter, o bairro mais típico e animado aqui de Downtown – San Diego. Dei uma volta pelas ruas, observei o movimento, ouvi os sons, e acabei por entrar num bar que já não é novidade para mim. Apesar disso não faço ideia como se chama. Chamou-me a atenção a música ao vivo, que registe-se havia também noutros bares na mesma rua. Mas ali estava animado e corria um Rock & Roll à maneira e uns Blues bem interessantes. A banda era composta por uns tipos de 20 e poucos anos, cheios de atitude hippie / rockeira. O vocalista dividia as funções vocais com um teclado numa mão e uma harmónica na outra. O guitarrista tinha um ar imberbe de puto reguila, mas tocava bem. Já o baterista era muito bom, e dava um toque de 70’s definitivo à banda, já que parecia saído de uma banda ao jeito de Jefferson Airplane ou algo na mesma onda. O baixista que tocava descontraidamente um contrabaixo enorme, parecia antes pertencer a um grupo de música latina rockabilly. O resultado era um Rock & Roll bem porreiro e agressivo. Tocaram coisas como Muddy Waters e mais um ou dois clássicos, e eis quando entra a grande partner, a preta gorda de 50 e tal anos de voz pujante e que interpelava as pessoas com aquelas ladainhas sobre “love” e “lord” que estes personagens gostam de dizer. Pela primeira vez desde que cheguei assisti a um concerto com aquela onda Blue clássica da música negra americana. Com atitude, boa voz, e um bom reportório. Começou com uns blues, passou por uma versão do Proud Mary dos Creedence Clearwater Revival, o Satisfaction dos Stones, duas músicas que puseram o bar em ebulição, e ainda tocaram mais uns bons blues com toques soul e rock. Noite de quarta feira bem passada.

Thursday, March 24, 2005


São estas personagens que vemos nos Estados Unidos. Aliás, personagens vemos em todo o lado. Mas aqui há umas fabulosas, como esta espécie de "preacher" no pontão em Ocean Beach. Já é a segunda vez que lá vou e ele está lá. Um cartaz a dizer Jesus Christ na bicicleta, e uma música celestial muito Casio com uns toques de Roland ou Farfisa! Pode-se dizer que está a pregar aos peixes ... Posted by Hello


Aqui está uma imagem bem iconográfica da Califórnia. Também esta foto foto foi tirada na zona de Ocean Beach, numa rua nas imediações da praia.  Posted by Hello


Aqui está a primeira foto enviada para o blogue. Claro que a primeira foto tinha quer de sol e praia. Esta é a Ocean Beach de que falava num post anterior. A partir de agora o blogue vai ter cor! Posted by Hello

Actualização

Estes últimos posts que aqui deixei foram textos que já tinha escrito a semana passada, e que não tinha tido tempo nem disponibilidade para deixar aqui. Os seja... quando digo hoje, quero de facto dizer há uma semana atrás. A partir de agora espero poder contribuir um pouco mais assiduamente, e partilhar com quem quiser ler as minhas aventuras por aqui.

Saint Patrick's Day

Dia 17 de Março foi Saint Patrick’s Day, data importante e festiva dos irlandeses, e como nos EUA os irlandeses têm uma grande comunidade já há muito estabelecida e enraizada, a data faz já parte das festividades nacionais. Como nos disse o tipo que nos ía vender os colchões, “we are all Irish on Saint Patrick’s Day”. Ao fim da tarde já havia ruas cortadas no centro da cidade, toda a gente se vestia de verde, com colares ou outros ornamentos com trevos, e bebia-se green beer. De facto a festa era vivida como se fosse americana. Um concerto, com comes e bebes à mistura, ocupava duas ruas de downtown que ligam a 4th à 6th Avenue.Todos os bares assinalavam a data de uma maneira ou de outra. Nós lá nos juntamos à festa, o mais verdes que pudemos.

Casa... Finalmente

Segunda semana em San Diego. Finalmente arranjamos casa. Na segunda feira tínhamos uma visita marcada que prometia. E de facto confirmou-se… a casa que tanto tínhamos procurado estava encontrada. E, pelo que tenho visto, a preço de saldo para os valores imobiliários em San Diego. Estamos a pagar 2000 dólares por um T3 num edifício de um condomínio fechado acabado de construir, bem no centro de San Diego, a uns 3 ou 4 quarteirões da Broadway local, e já a entrar em Little Italy. Só para terem uma ideia, vimos um outro T3 neste mesmo edifício, mas com 3 casas de banho em vez de 2, e com áreas um bocado maiores, e custava 3200. Para além disso deve ter sido a casa mais barata que visitamos desde que estamos aqui, e uma das mais bem localizadas. Por isso foi alto negócio. Dissemos logo que queríamos a casa. Ainda tivemos uns problemas com o dinheiro, tranferências internacionais e assim... mas no final tudo correu bem, e aqui estou eu a escrever da minha sala em 300 West. Beech Street #203, 92101 San Diego – Califórnia.
O meu quarto é muito bom. Grandes janelas, em que uma delas é uma varanda enorme que vai dar à sala. Depois, tem um armário do tamanho de uma casa! Literalmente! Dava para fazer um outro quarto do armário. São os chamados walk in closets, tão tipicamente americanos. Da minha janela vejo uma ou duas pequenas torres de downtown, e umas casas mais pequenas mais típicas de Little Italy. O resto da casa também é demais, com aqueles frigoríficos gigantes que os americanos têm, um microondas quitadíssimo e máquinas de lavar para tudo. Tenho ainda acesso ao que eles chamam “amenities”. São elas o ginásio que ainda hoje usei, a piscina, o jacuzzi ou o bilhar. Para a casa ser perfeita só lhe falta ser no 15º ou 20º andar, para se ter uma vista privilegiada para a baía de San Diego que fica apenas uns quarteirões a oeste da nossa casa, e talvez de downtown a sul. Mas não me queixo. Não se pode ter tudo

Monday, March 14, 2005

OB

Hoje visitamos Ocean Beach, ou como seria de esperar, OB para os locais. É uma zona mais a sul de Pacific Beach e de Mission Bay, bastante apreciada por estas bandas. Fomos ao pontão onde pudemos ver albatrozes a andar e voar ao nosso lado, e mais uma vez surfistas a curtir umas ondas. Estive numa rua que sai da praia cheia de barzinhos e lojas, onde há um cabeleireiro muito 70’s chamado Eletric Chair, com uma decoração kitch retro leopardo, pele de cobra, cornos e ferro, com uma cadeira eléctrica pendurada na parede à entrada. Será que vou lá cortar o meu cabelo? Para já não preciso. Mas aquilo é tão engraçado que tenho que lá ir nem que seja comprar brilhantina! Depois havia por lá também uma loja com imensos CD’s, principalmente rock, punk, surf, com algum jazz, uma colecção abundante de reggae com montes de CD’s a 8 dólares, e montes de vinis. Óptimo para coleccionadores. Pude ver também um bar com montes de Harlleys estacionadas à porta e alta rockada a sair da porta. Havia ainda várias lojas de surf, onde se pode comprar e alugar material, e onde se pode arranjar lições. Gostei bastante de Ocean Beach. Será a explorar no futuro com mais tempo. Para já ainda ando em reconhecimento das zonas e o meu conhecimento é mais superficial.

A Apalpar Terreno

No sábado fomos ver a zona onde vamos trabalhar, que se chama Torrey Pines e fica alguns bons quilómetros a norte do centro. Aqui encontram-se as maiores empresas de altas tecnologias, nomeadamente de biotecnologia. Torrey Pines é uma reserva natural que se estende até perto da praia que compreende montes e vales verdes e cheios de pinheiros. Depois de lá chegarmos pela auto-estrada Interstate-5, descemos em direcção a Pacific Beach pela estrada perto do mar. Passamos pelo campus da Universidade da Califórnia de San Diego (há a Universidade Estadual de San Diego perto do centro da cidade). Pareceu-me fabuloso. Vimos também a praia da zona de Torrey Pines que me pareceu bastante agradável e tranquila, com um largo areal, surfistas como em todas as praias aqui, e muitas vivendas ou condomínios de prédios rasos de 2 ou 3 andares. Passamos ainda por La Jolla, que é uma das zonas mais conhecidas de San Diego, com imensos condomínios de luxo e vivendas fabulosas, porches, ferraris e afins a circular, e um centro pequeno mas interessante, apesar de um bocado turístico demais. Apesar de tudo é longe de quase tudo e acabou por não figurar como hipótese credível para futura morada. Depois lá passamos outra vez por Pacific Beach, ou PB como aqui é conhecida, que fica no seguimento de La Jolla para sul, e que é uma zona mais descontraída, com muitos jovens, surfistas, skaters, pessoas a fazer jogging, a andar de bicicleta. Para o interior a zona perde beleza e animação, havendo casas estranhas e feias, ficando mais perto de parecer um subúrbio de classe média baixa pouco interessante. Ou seja, ali só interessava viver num raio pouco extenso, que abrangesse a praia e os quarteirões com comércio, bares, restaurantes e mercados, que é também onde as casas são mais interessantes e onde se vê gente. Foi nessa zona que vimos a casa que figura na lista como habitável em conjunto com as duas no centro. Passamos depois por Mission Beach e Crown Point, a norte de PB. Percorremos Mission Bay num viaduto que liga Crown Point a umas ilhas no meio da baía, passamos pelo Sea World, e uma vez do outro lado da baía voltamos ao centro, ao nosso quartel general.

1ª Impressão

A aculturação não podia ser maior. Escrevo-vos desde uma mesa de um dos milhentos Starbucks dos Estados Unidos, e um dos muitos de San Diego. Mas não se preocupem que a aculturação é só assim mesmo superficial, pouco profunda. Não atinge as minhas convicções. O que posso dizer eu destes primeiros dias? De facto, vindo parar aos Estados Unidos, acho que não me podia ter acontecido melhor do que pousar na Califórnia. E já agora, puxando a brasa à minha sardinha, a San Diego, que segundo ainda hoje li, é a segunda maior cidade da Califórnia. Pressuponho que a maior seja Los Angeles, a quase 200 km daqui. Aqui é tudo muito descontraído, muito informal, as pessoas são muito simpáticas, e o tempo é muito agradável. A cidade é tranquila, apesar de ser cosmopolita e cheia de vida. O que conheço melhor até agora é downtown, a zona central por excelência. É aqui, bem no coração de San Diego que tenho montado o meu quartel general, no youth hostel Hosteling International. Downtown tem algumas torres, a lembrar outros arranha-céus e outras cidades, mas apenas os suficientes para identificar esta cidade com a realidade cultural americana. Nenhuma é a perder de vista, e a cidade não é abafada por elas. A zona onde se situa o meu hostel é o Gaslamp Quarter, um bairro antigo, com casas de dois, três ou quatro andares, ao estilo vitoriano como aqui o definem, ruas amplas, árvores, cafés, lojas, restaurantes e muita gente. Especialmente à noite! De facto downtown durante o dia é bastante pacata, tendo gente dispersa pelas ruas, mas não o que seria de esperar numa grande metrópole. A partir das 5 ou 6 da tarde esta zona começa a encher-se de gente, os restaurantes e bares fervilham com pessoas de todas as idades, começa a ouvir-se música a sair de cada porta, e este bairro ganha uma vida inacreditável. Muitas lojas de roupa ou decoração ficam abertas até tarde, e não é raro eu descobrir lojas e pormenores que me tinham passado despercebidos durante o dia. Tenho quase a impressão que há algumas lojas e restaurantes que só abrem de tarde. Há imensos bares com música ao vivo todos os dias, desde blues, jazz, funk, ou rock. Já assisti a alguns concertos bem engraçados. E as pessoas aqui saem de casa para se divertirem, dançarem, e relaxarem, e não para olharem para a roupa que o vizinho da mesa ao lado tem vestida. Existem bares e restaurantes asiáticos muito interessantes, tailandeses, japoneses, chineses, etc. E claro, não podiam faltar imensas casas mexicanas, com tacos, enchiladas, burritos e muita tequilla. O que me surpreendeu foi o número de restaurantes brasileiros, e uma loja chamada Little Brazil. Hoje visitei Little Italy, que fica no centro também, mas mais a norte, sendo ainda considerado Downtown. Vimos por essa zona duas casas e é bem possível que acabemos por ir para lá viver. Em cinco ou 10 minutos a pé estamos no Gaslamp Quarter, do qual apenas nos separam um par de quarteirões e as torres da NBC, da Wells Fargo, do Bank of América, do Comunity Center e de um ou outro hotel. Era o que queríamos, viver no centro. Houve a ponderação entre o centro ou uma zona de praia movimentada, onde a animação não faltasse também. Mas downtown foi sempre a preferência, embora a dificuldade em arranjar apartamentos com 3 quartos nos estivesse a deslocar para Pacific Beach, uma zona de casas e vivendas, bares e restaurantes, com praias, palmeiras, escolas de surf, skaters, e tudo aquilo a que estamos habituados a relacionar com a Califórnia. Arranjamos na sexta feira uma casa lá, a 3 minutos a pé da praia, e na zona aparentemente mais aprazível daquela área, perto de tudo, mas agora apareceram estes dois no centro que nos deram uma boa dor de cabeça: a de escolher onde viver entre duas opções que eram da nossa preferência. Parece-me que downtown vai ganhar, até porque não são mais caras e são em condomínios de luxo com todos os extras do mercado. A praia continua a ficar perto, tendo Pacific Beach ou Ocean Beach a 10 ou 15 minutos de carro e a caminho de volta do trabalho. A cidade, apesar de tudo não me parece muito grande. Pelo menos o centro. Já fiz a pé quase tudo aqui em volta. O que acontece é que a cidade se estende quilómetros para norte, sul e leste, onde há zonas residenciais, empresas, indústria, e zonas costeiras de praias. Algumas já visitei para me aperceber da cidade como um todo, mas muitas ainda são uma incógnita para mim.

Bem Vindos a San Diego

Aqui começam os meus relatos da minha passagem pela Califórnia, mais concretamente em San Diego - America's Finest City! Não prometo uma regularidade britâtinca, até porque aqui o lema é mais "hang loose", mas garanto que vou dando relatos sobre tudo um pouco do que se passa aqui.