San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Monday, October 31, 2005

Mais Visitas do Porto!

Desculpa lá Chico, mas ainda não é desta que aqui falo das nossas aventuras pelo asfalto americano. Por prioridade cultural e de género, primeiro as meninas, e já agora porque elas estiveram cá primeiro que tu. Tens direito a menções honrosas e algumas fotos, já que partilhaste com elas alguns dias aqui por San Diego. O teu protagonismo virá mais adiante. O período de visitas continua pelo Hotel Califórnia! Depois dos dois forasteiros de terras lusitanas, os “cowboys” honorários Marco e Beiça, eis que recebo duas belas candidatas a “babes” na minha residência de West Beech Street: Susaninha e Sofia. Chegadas no dia 1 de Setembro, uma quinta feira, mal tiveram tempo para conhecer San Diego, já que no fim de semana prolongado que se seguiu rumamos a norte para a zona de Los Angeles e para as suas praias. Três belos dias se passaram pela terra dos anjos. Regressados a San Diego, então sim tomaram o pulso à zona de San Diego, às suas praias, os seus bairros, Little Italy, Downtown, Hillcrest, Pacific Beach. Como mulheres que são, não falharam uma loja, uma novidade, uma nesga de moda. Passearam-se e bronzearam-se pelas praias de Pacific Beach, La Jolla, Laguna Beach, Venice Beach, e Santa Mónica, percorreram o caminho da fama em Hollywood, mergulharam no Pacífico, e deram um salto ao México.

A chegada foi um pouco conturbada. Para além de chegarem de rastos com as mais de 20 horas de viagem, conseguiram ser mais rápidas que as malas, que não chegaram ao mesmo tempo que elas. Resolveram prolongar a estadia em Atlanta por mais um par de horas, e juntaram-se a elas mais tarde. Ultrapassado o problema, instalaram-se na sua bela suite deste meu Hotel Califórnia, e descansaram até… até ás 5 ou 6 da manhã, quando o seu corpo respondeu com o abrir de olhos ao despertador biológico. O jet lag não perdoa. Neste primeiro dia optaram por um programa descansado. Ficar um bocado por casa, experimentar a piscina, apanhar sol no relvado do condomínio, e dar uma volta por Little Italy, o meu bairro simpático e pacato. No dia seguinte seguimos então para norte, percorrendo a costa até Santa Mónica, bem nos arredores da imensa Los Angeles. Mas desta viagem falarei mais adiante.

Chegamos a San Diego segunda à noite, e na terça as meninas aventuraram-se pela mítica fronteira de Tijuana, visitando esta estranha cidade Mexicana. Não vieram carregadas de compras como imaginei, não gostaram, e não recomendam. Enfim… São opiniões. Aquilo realmente é um fim do mundo. A pobreza, os táxis partilhados, os vendedores, o folclore turístico, as farmácias que parecem uma feira a vender viagra e cialis a metade do preço. Consegue ser decadente como poucos sítios que visitei. Mas tem a sua piada…

Nos dias seguintes ficaram por San Diego, ora indo à praia, ora indo ás compras. A partir de quarta-feira tiveram a companhia do Chico, mais um hóspede deste humilde hotel que veio passar duas semanas à Califórnia. Foram a Hillcrest, o bairro gay de San Diego, com as suas lojas vintage de roupa, os restaurantes e cafés bem decorados, e o ambiente… descomplexado. Foram a Downtown percorrer as ruas do Gaslamp Quarter, fazendo a 5ª Avenida da Broadway à Market Street, e depois voltando à Broadway pela 4ª Avenida. Mas onde passaram mais tempo foi em Pacific Beach, a zona mais jovem de San Diego, com as suas praias cheias de gente, os seus bares de praia, as lojas de surf, os surfistas, os skaters… enfim… o retrato da Califórnia é ali. Levei-os também ao que já começa a ser uma paragem obrigatória das visitas que por cá passam: o Ra, um Sushi Bar com muito nível, bom ambiente e óptima comida. Em San Diego há imensos restaurantes de Sushi, em grande parte devido aos inúmeros emigrantes japoneses que aqui se fixaram. Já experimentei bastantes e nenhum me desiludiu. Em geral têm uma decoração mais sóbria e com mais classe que muitos dos outros restaurantes, são mais agradáveis, e a comida não tem 35672 calorias e posso ir dormir descansado sem no dia a seguir acordar ainda a meio da digestão. O Ra é em geral o eleito. É logo o primeiro que nos aparece quando vamos a pé de casa para o Gaslamp Quarter, bem no meio da Broadway. Quem já era fã adorou, quem gostava mais ao menos passou a ser fã, e quem não gostava nem queria provar até acabou por dar umas trincas e dizer que afinal não é assim tão mau. Levei-os também a alguns bares a que me acostumei mais a ir, como o C-Lounge, um pequeno bar nas profundezas da 5ª Avenida, underground de local e atitude, onde passa uma música mais parecida com o que encontramos na Europa, um Chill Out, um House mais jazzístico, drum & bass, e todas as tendências mais electrónicas do espectro musical. Mesmo grande parte das pessoas neste bar são um pouco diferentes das que se vêm nos outros bares. É um pequeno gueto electrónico, um sítio á parte em San Diego. Fomos também ao On Broadway, o clube com mais pinta e mais nível daqui de Downtown. Na esquina da 6ª Avenida com a Broadway não há que enganar, já que a fila para entrar tem sempre uns metros consideráveis. O On Broadway tem uma pista enorme com house e hard house no andar de cima, com um bar grande e montes de espaço. No andar de baixo mais quatro pistas diferentes ao gosto de cada um. Ao acabar de descer as escadas, à equerda encontramos na pista de hip hop, o clássico americano. Entrando por uma porta circular que parece a porta de cofre, entramos numa parte toda forrada a vermelho vivo, luz difusa, com sofás luxuriosos e um aspecto de cabaret onde costuma passar rock, ou onde ás vezes tem uma banda de rock a tocar. Saindo por uma porta idêntica de cofre na outra extremidade, vamos entrar num local mas pop, onde podemos ouvir êxitos dos anos 80, do rock ao pop, música mais popular, desde Violent Femmes, Pixies ou Guns and Rose’s, até Soft Cell, Depeche Mode ou o impensável Boy George. Este local é todo branco, iluminado por imensas luzes coloridas. Se virarmos à esquerda ao sair das escadas, vamos encontrar uma porta para o que parece outro clube dentro do On Broadway. Tem um porteiro à porta e tudo, para não deixar aquela parte ficar a abarrotar. É um local engraçado, e onde podemos variar bastante durante a noite, o que é bom, já que se paga 20 ou 25 dólares só para entrar. Uma célebre noite que passamos no On Broadway acabada abruptamente pela lei marcial americana das duas da manhã, ainda continuou pela 5ª Avenida no meio da rua com um jipe de pretos a rolar hip hop, e terminou do alto da penthouse do meu prédio a olhar para a baía e para a cidade com uma Corona na mão.

Passaram-se quase duas semanas muito divertidas. As viagens, os passeios, as compras, as noites… enfim. Gostei muito de as ter cá. Ajudaram a matar saudades do Porto, e talvez ao mesmo tempo a ficar mais saudoso e nostálgico dos amigos e dos bons momentos que se passam na sua companhia. Não cumprimos um dos maiores desejos da Susana, ir ao Six Flags Magic Mountain andar nas suas megas montanhas russas. Não deu para tudo. Mas foram tempos bem passados na Califórnia na companhia de amigos. Em Dezembro a farra continua…


No Pub Princess a beber um Manhattam. Bem vindas a San Diego! Posted by Picasa


Ra - Sushi Bar ... o nosso restaurante de estimação. Posted by Picasa


Crazy Monkey Roll... delicioso... Posted by Picasa


Juro que estava uma limousine atrás de nós há 5 segundos atrás... Posted by Picasa


As meninas fizeram amigos entra a comunidade gangsta cá da zona... Posted by Picasa


Festa no On Broadway! Who's that fuckin' neagger? Posted by Picasa


O sol de San Diego até brilha de noite... Posted by Picasa


Controlamos logo a turminha brasileira do restaurante italiano. Posted by Picasa


Em Little Italy num dos muito restaurantes. Posted by Picasa


Clássico ... Posted by Picasa


O meu prádio acho que faz a primeira aparição neste blog. Posted by Picasa


No C Lounge em San Diego a ouvir um drum&bass. Posted by Picasa


Sofia nos assentos de um Cadilac! Posted by Picasa


Um milkshake bem americano! Posted by Picasa


Chico California style em Pacific Beach. Posted by Picasa


O jazz no Gaslamp Quarter em San Diego. Posted by Picasa


A loja de picantes do Horton Plaza. Posted by Picasa


Carrinha estranha em San Diego. Posted by Picasa

De San Diego a Santa Mónica

No Sabádo, dia 3 de Setembro ao fim da manhã, partimos no A.K.A. Johnymobil, o robusto Ford Explorer, a caminho de Santa Mónica nos arredores de Los Angeles. A ideia era percorrer um pouco da mítica Highway 101, e saborear as diferentes praias, as povoações junto ao mar, e chegar a Santa Mónica pelo fim da tarde. Fizemo-nos à estrada pela I-5 acima rumo a norte, a Los Angeles, com a ideia de entrar na 101 perto de Dana Point, onde ela recomeça depois da interrupção em Oceanside. Antes disso ainda fizemos um ligeiro desvio ao Oceanside Harbour, e à praia de Oceanside, uma praia com um imenso areal e bastante atractiva. Entrados na 101 começamos a vislumbrar o Pacífico mais de perto. Dana Point ficou para trás, e a paragem a seguir foi Laguna Beach. Já lá tinha estado e tinha gostado, e por isso decidi parar na praia de Laguna Beach. Fizemos uma praia, demos um mergulho, descansamos, e vimos as imensas casas junto à praia que nos relembram o alto nível de vida da Califórnia. Casas fabulosas, enormes, debruçadas no Pacífico. Elas adoraram. Acho que foi a zona que elas mais gostaram por aqui. Depois da praia, na 101, passamos pelo meio de Laguna Beach e vimos o ambiente, com lojas, restaurantes e bares com bom aspecto, casas com classe e um toque de rústico, um bocado a fazer lembrar o norte da Europa, e imensa gente na rua. Não paramos outra vez, porque ainda havia umas boas milhas a fazer, e andar na 101 é sinónimo de andar sempre a parar, ora em semáforos, trânsito, ou simplesmente para ver uma praia ou uma vila junto ao mar. Seguimos viagem e fomos parar de novo em Huntington Beach, já bem mais perto de Los Angeles. Em Huntington Beach entramos pelo usual pontão que não pode falar em qualquer praia americana, e vimos a quantidade absurda de redes de voleibol que se erguem na praia, que sem ninguém a jogar decoram a praia de um modo um pouco bizarro. De volta aos passeios de Huntington Beach, uma paragem numas lojas de roupa, rotina que se repetiu durante a estadia das meninas por aqui. Lojas é com elas! Mas eu não me importo, e até acompanho de bom grado. Veste casaco, tira camisa, calça sapatilha, olha ao espelho, compra que é mais barato, estes não levo… e enfim, lá nos fizemos à estrada de novo. Passamos então por Newport Beach, local onde se apanham os barcos para Catalina Island, seguimos pela 101 até Long Beach, já uma cidade grande dos arredores de Los Angeles, contando que os arredores de Los Angeles albergam uns 40 km, e aí decidimos abandonar a lenta 101 para entrarmos na 405 rumo a norte. As auto-estradas na Califórnia têm um trânsito absurdo, com 4, 5 e 6 faixas sempre com carros, mas perto de Los Angeles é um exagero. Era sábado e o trânsito era compacto, com algumas paragens, poucas, e sempre num ritmo marcado pelo andar colectivo da imensa manada de carros. Imagino aquilo à semana. A 405 passa ao largo, bem ao largo, do oeste de Los Angeles, mais chegado ao mar. Chegados à encruzilhada com a I-10 viramos para oeste em direcção a Santa Mónica, e chegamos finalmente ao nosso destino. Agora vinha uma tarefa complicada: arranjar um quarto na movimentada Santa Mónica num soalheiro fim-de-semana prolongado de Setembro quase ás 8 da noite. E ainda dificultamos mais a tarefa, já que fomos para Ocean Avenue, o último tapete negro de alcatrão antes de chegar ao imenso areal de Santa Mónica, onde seria com certeza mais caro e mais difícil arranjar. Ainda arranjamos um por um preço bem apelativo, o último disponível num tal de Pacific Inn bem em frente ao passeio marítimo, mas pelo que as prospectoras imobiliárias de serviço disseram o quarto aparentava ter sido palco de um assassinato sangrento e indigestões várias, pelo que começamos a elevar o orçamento para esta primeira noite. Acabamos por decidir ficar no sugestivo Shangri-La em Ocean Avenue e bem perto da animação de Santa Mónica. O hotel não parecia muito antigo, mas a cozinha do quarto era uma pérola do design dos anos 50/60. Uma torradeira vintage, a torneira do lava loiça tinha uma escova incorporada que rodava para lavar a louça, abrindo uma porta de um armário caía uma tábua de passar, e puxando uma espécie de gaveta na banca saía uma tábua de cortar. Uma cozinha cheia de engenhocas e muito estilo retro.

Entrada a noite, a fome apertava, e percorremos então dois quarteirões para dentro da cidade até chegar à 3rd Street, mais conhecida por Promenade, a rua mais movimentada de Santa Mónica. Uma Rua de Santa Catarina à moda da Califórnia. Fechada ao trânsito, cheia de lojas abertas até ás 10 e 11 da noite, montes de restaurante, artistas de rua, bares e pubs. Passeamos por ali, vimos umas montras, apreciamos o ambiente, e entramos num pub bem americano para refrescar a garganta. A verdade é que o cansaço era muito, e a energia não durou até tarde, e quando nos preparávamos para ir a outro bar, as nossas pernas contrariaram-nos e levaram-nos de volta ao Sangri-La para um sono merecido.


Uma das belas casas de Laguna Beach. Posted by Picasa


Huntington Beach - A imensidão de redes de beach volley. Posted by Picasa


Huntington Beach !! Posted by Picasa


Huntington Beach - O tributo a um famoso surfista havaiano. Posted by Picasa


Ao chegar a Santa Mónica... Posted by Picasa


3rd Street ou Promenade, a rua mais movimentada de Santa Mónica. Posted by Picasa


Miss Jamaica e Madame Butterfly! Posted by Picasa