San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Monday, October 31, 2005

De San Diego a Santa Mónica

No Sabádo, dia 3 de Setembro ao fim da manhã, partimos no A.K.A. Johnymobil, o robusto Ford Explorer, a caminho de Santa Mónica nos arredores de Los Angeles. A ideia era percorrer um pouco da mítica Highway 101, e saborear as diferentes praias, as povoações junto ao mar, e chegar a Santa Mónica pelo fim da tarde. Fizemo-nos à estrada pela I-5 acima rumo a norte, a Los Angeles, com a ideia de entrar na 101 perto de Dana Point, onde ela recomeça depois da interrupção em Oceanside. Antes disso ainda fizemos um ligeiro desvio ao Oceanside Harbour, e à praia de Oceanside, uma praia com um imenso areal e bastante atractiva. Entrados na 101 começamos a vislumbrar o Pacífico mais de perto. Dana Point ficou para trás, e a paragem a seguir foi Laguna Beach. Já lá tinha estado e tinha gostado, e por isso decidi parar na praia de Laguna Beach. Fizemos uma praia, demos um mergulho, descansamos, e vimos as imensas casas junto à praia que nos relembram o alto nível de vida da Califórnia. Casas fabulosas, enormes, debruçadas no Pacífico. Elas adoraram. Acho que foi a zona que elas mais gostaram por aqui. Depois da praia, na 101, passamos pelo meio de Laguna Beach e vimos o ambiente, com lojas, restaurantes e bares com bom aspecto, casas com classe e um toque de rústico, um bocado a fazer lembrar o norte da Europa, e imensa gente na rua. Não paramos outra vez, porque ainda havia umas boas milhas a fazer, e andar na 101 é sinónimo de andar sempre a parar, ora em semáforos, trânsito, ou simplesmente para ver uma praia ou uma vila junto ao mar. Seguimos viagem e fomos parar de novo em Huntington Beach, já bem mais perto de Los Angeles. Em Huntington Beach entramos pelo usual pontão que não pode falar em qualquer praia americana, e vimos a quantidade absurda de redes de voleibol que se erguem na praia, que sem ninguém a jogar decoram a praia de um modo um pouco bizarro. De volta aos passeios de Huntington Beach, uma paragem numas lojas de roupa, rotina que se repetiu durante a estadia das meninas por aqui. Lojas é com elas! Mas eu não me importo, e até acompanho de bom grado. Veste casaco, tira camisa, calça sapatilha, olha ao espelho, compra que é mais barato, estes não levo… e enfim, lá nos fizemos à estrada de novo. Passamos então por Newport Beach, local onde se apanham os barcos para Catalina Island, seguimos pela 101 até Long Beach, já uma cidade grande dos arredores de Los Angeles, contando que os arredores de Los Angeles albergam uns 40 km, e aí decidimos abandonar a lenta 101 para entrarmos na 405 rumo a norte. As auto-estradas na Califórnia têm um trânsito absurdo, com 4, 5 e 6 faixas sempre com carros, mas perto de Los Angeles é um exagero. Era sábado e o trânsito era compacto, com algumas paragens, poucas, e sempre num ritmo marcado pelo andar colectivo da imensa manada de carros. Imagino aquilo à semana. A 405 passa ao largo, bem ao largo, do oeste de Los Angeles, mais chegado ao mar. Chegados à encruzilhada com a I-10 viramos para oeste em direcção a Santa Mónica, e chegamos finalmente ao nosso destino. Agora vinha uma tarefa complicada: arranjar um quarto na movimentada Santa Mónica num soalheiro fim-de-semana prolongado de Setembro quase ás 8 da noite. E ainda dificultamos mais a tarefa, já que fomos para Ocean Avenue, o último tapete negro de alcatrão antes de chegar ao imenso areal de Santa Mónica, onde seria com certeza mais caro e mais difícil arranjar. Ainda arranjamos um por um preço bem apelativo, o último disponível num tal de Pacific Inn bem em frente ao passeio marítimo, mas pelo que as prospectoras imobiliárias de serviço disseram o quarto aparentava ter sido palco de um assassinato sangrento e indigestões várias, pelo que começamos a elevar o orçamento para esta primeira noite. Acabamos por decidir ficar no sugestivo Shangri-La em Ocean Avenue e bem perto da animação de Santa Mónica. O hotel não parecia muito antigo, mas a cozinha do quarto era uma pérola do design dos anos 50/60. Uma torradeira vintage, a torneira do lava loiça tinha uma escova incorporada que rodava para lavar a louça, abrindo uma porta de um armário caía uma tábua de passar, e puxando uma espécie de gaveta na banca saía uma tábua de cortar. Uma cozinha cheia de engenhocas e muito estilo retro.

Entrada a noite, a fome apertava, e percorremos então dois quarteirões para dentro da cidade até chegar à 3rd Street, mais conhecida por Promenade, a rua mais movimentada de Santa Mónica. Uma Rua de Santa Catarina à moda da Califórnia. Fechada ao trânsito, cheia de lojas abertas até ás 10 e 11 da noite, montes de restaurante, artistas de rua, bares e pubs. Passeamos por ali, vimos umas montras, apreciamos o ambiente, e entramos num pub bem americano para refrescar a garganta. A verdade é que o cansaço era muito, e a energia não durou até tarde, e quando nos preparávamos para ir a outro bar, as nossas pernas contrariaram-nos e levaram-nos de volta ao Sangri-La para um sono merecido.

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