San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Monday, August 22, 2005

Street Scene

No fim de Julho fui ao Festival Street Scene aqui em San Diego. Como o nome parece apontar, o festival realizava-se nas ruas de Downtown da cidade. Mas como tem vindo a dar alguns problemas de organização e segurança, lá levaram o evento para o parque de estacionamento entre o Qualcom Stadium, casa dos Chargers, e o Ikea. Num trolley apinhado lá me dirigi para o local com o João, visita de S. Francisco e amigo do Porto. O recinto tinha 3 palcos com uma programação interessante, o que é porreiro, mas também irritante, porque para pessoas com gostos diversos como eu acaba sempre por se tornar num dilema ter que escolher um palco. Aconteceu em Maio em Coachella. Desta feita o dilema não foi grande, já que optamos por irmos para os guetos gradeados destinados aos alcoólicos, recinto onde tínhamos que entrar para beber uma cerveja. E assim fomos ficando a beber e conversar e a ver alguns concertos à distância. Assim vimos Garbage, Flaming Lips, e mais uns tantos. Os escolhidos para uma assistência presencial e total em tempo e disponibilidade foram os White Stripes e os Pixies. Pelo meio ainda se ouviu Method Men e Snoop Dog, o hip hop americano no seu esplendor. Posso dizer que escolhemos bem os concertos. Tanto White Stripes como Pixies deram bons espectáculos. White Stripes eram por mim imensamente aguardados. Depois de inúmeras promessas de virem tocar a Portugal, consegui vê-los ao vivo na sua terra natal, ainda que bem longe da originária NY.

Os White Stripes, como todos sabem são dois, o mano e a mana. Eu sempre pensei que eles incorporassem alguns músicos para concertos, assumindo uma formação mais próxima da clássica formação rock. Pois enganei-me… Eram só mesmo os dois. E apesar de até darem conta do recado, havia algumas músicas de ficavam um bocado vazias, já que a guitarra de Jack White, mesmo que cheia de distorção, não faz a vez de duas mais o baixo, e esses elementos estão presentes nos discos. Mais do que as músicas, o que se sente realmente vazio é o palco. Pelo menos nos momentos iniciais parece sentir-se um bocado essa ausência. No entanto, o concerto foi bastante bom, e nenhuma música saiu verdadeiramente prejudicada pelas limitações da formação a dois. Jack White preenche bem o palco, e a baterista acompanha-o a preceito. Pessoalmente sempre gostei de ver uma menina cheia de atitude a bater numa bateria com vontade. Para encore muito previsivelmente foi deixado o hino “7 Nation Army” que fechou o concerto em beleza.

Os Pixies, que já tinha visto o ano passado no lotado Super Bock Super Rock, deram também um excelente concerto. Se calhar até um bocado melhor do que o que vi em Lisboa. Dando voz a todos os hinos da minha adolescência, Frank Black debitou energia na guitarra e na voz esganiçada e nos berros estridentes. Apesar de tanto ele como a Kim Deal já parecerem pais de família, e não pais da uma das melhores bandas rock do início dos 90, apresentaram-se em excelente forma. Aquelas músicas, perto da surf music, enquadram-se perfeitamente no cenário em que estou à 5 meses, a Califórnia. Apesar de originários de Bóston, parecem nascidos e criados em Long Beach ou Laguna Beach, ou mesmo a minha Pacific Beach. Excelente concerto dos Pixies. Bela maneira de se acabar o festival.

Dois bons concertos, e mais uma data deles a fazer de banda sonora a um fim semana bem passado. Outros concertos se avizinham. Dave Mathews Band, Jack Johnson, Queens of the Stone Age e Nine Inch Nails.

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