San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Thursday, July 14, 2005

What Happens in Vegas, Stays in Vegas...

Chegado a Las Vegas encontrei-me com os meus companheiros de deboche, o João, o Rui e o Fred, cada um chegado do seu canto americano. No primeiro apalpar do pulso a Las Vegas, gastamos os primeiros dólares numas máquinas de poker e bebemos uma cerveja no bar do hotel, enquanto actualizávamos as novidades das nossas aventuras americanas. A primeira noite por Las Vegas acabou por ficar um pouco aquém das expectativas, já que todos estávamos um pouco cansados, e demoramos a entrar na dinâmica da cidade. Nessa noite jantamos pelo hotel e rumamos um pouco à sorte para o meio da Strip. Passamos pelo Bally’s, e acabamos por entrar no Bellagio, o já mítico hotel e casino, cenário do Ocean’s Eleven. Depois de vaguearmos pelo casino e fazermos uns pit stops nos bares, e nos apercebermos que teríamos que pagar 30 dólares só para entrar no Light, um dos clubes (discoteca) do casino, decidimos rumar a outras paragens, já que tínhamos entradas VIP para outros clubes. Fomos então ao The Palms, outro hotel casino com imensos bares e clubes bastante populares, com o recomendado clube Rain como destino. A noite acabou mais cedo que o esperado, com o cansaço e o fecho dos clubes a serem mais fortes que a fome de festa. Ainda se vagueou pelo casino, experimentou-se uma roleta, e guardaram-se forças para o dia seguinte. No dia seguinte tentamos uma abordagem à piscina do hotel, mas o calor que fazia tornava insuportável a estadia ao ar livre, e a água da piscina que se estendia ao sol não chegava a ser agradável ao toque, de tão quente que estava. Depois de destilar um bocado ao calor, decidimos aventurar-nos por Las Vegas, visitando Casinos e Hotéis emblemáticos.

De dia, Las Vegas é um escombro da imagem que apresenta à noite. Faz lembrar uma mulher glamourosa, pintada e cheia de apetrechos, com ar fresco e sorridente que encontramos à noite, vista depois de acordar, sem maquilhagem, despenteada, com ar gasto e envelhecido. Las Vegas de dia é uma desilusão e cheira a decadência, ao que não estará alheio o sol impiedoso e os bem mais de 40 ºC que se faziam sentir na altura em que a visitávamos. Saímos no fim da linha do monorail no bem conhecido MGM Grand, um hotel e casino de inspiração cinematográfica e televisiva, com bem mais bom gosto do que a maioria dos que visitamos. Visitamos em seguida o New York, New York, atravessando a ponte que liga os dois casinos separados pela Las Vegas Boulevard. A inspiração deste é óbvia, e o exterior é uma réplica da imagem de Nova Iorque, com os prédios emblemáticos, a estátua da liberdade e a ponte de Brooklyn. Vagueamos por mais alguns, ficando na memória o Luxor, uma imensa pirâmide espelhada de arquitectura notável, apesar do pirosismo. O interior é acolhedor, e a entrada principal do edifício é feita por uma esfinge. A palavra azeiteiro veio-me de repente à cabeça. E de facto Las Vegas é uma grande azeiteirice. Mas com nível, diga-se! Para mim é uma grande prova da falta de cultura e referências que abunda nos EUA. Em cada canto vê-se a recriação de um pouco da cultura de outros países, ultrapassando a definição de inspiração que usei atrás, indo mesmo à cópia barata, como o Venittian, um hotel que é uma cópia parola de Veneza, com um canal cá fora com gondoleiros e tudo, a ponte dos suspiros em miniatura repleta de passadeiras rolantes, ou a torre da praça de São Marcos. Mas devo dizer que vale a pena ir a Las Vegas. Todo este aparato é digno de ser visto, apesar de cansar. E no fundo é essa mesma parolice bacoca que atraia em Las Vegas, porque tudo é fantasia, tudo é diversão e ilusão. Las Vegas é dirigido aos sentidos, mais que ao cérebro, e é isso que faz de Las Vegas um local de diversão como não há igual. Las Vegas é um parque temático para adultos. E de noite, vemos a Las Vegas que conhecemos dos ecrãs de cinema, cheia de luz e cor, animação e festa! E afinal era para isso que estava lá! Festa!

Entretanto chegavam outros amigos portugueses que se juntariam a nós naquela noite. E essa noite foi passada nos clubes do MGM Grand. O Tabu e o mítico Studio 54. O Tabu era um clube muito agradável e muito bem frequentado, com muito nível e excelente decoração. Não tinha pista, tendo antes uns sofás acolhedores, e umas grandes mesas baixas no meio, que com o passar da noite viraram o dancefloor da discoteca. Já a noite ía longa quando se anuncia o aniversário de Missy Eliot, e começa a tocar a sua música, enquanto a própria cantora dançava no meio do povo. Depois, o famoso Studio 54! Festa no verdadeiro sentido da palavra! A abarrotar de gente que dançava compulsivamente, o Studio 54 vibrava de energia e boa disposição. Com um ar meio industrial, e uma selecção musical eclética, que variava do puro house a incursões no rock, este clube é sem dúvida um must em Las Vegas. Dois andares em jeito de loft, e bailarinas e acrobatas a aparecerem do tecto para dançar por cima das nossas cabeças penduradas em cordas e estrelas douradas, compõe o cenário de deboche que procurávamos. A cada 20 minutos ou meia hora algo novo surge para animar o pessoal, muitas vezes com uma entrada triunfal de uma música, estando eu a lembrar-me das acrobatas, bailarinas, balões, papelinhos brilhantes, um rol de acontecimentos que não deixam ninguém indiferente. Ali toda a gente está para se divertir até ao limite, e os limites em Las Vegas são altos… e são para ser ultrapassados…

Na última noite escolhemos o Hotel Casino Rio, um dos que tem mais opções noctívagas. Aqui a inspiração é mais tropical, e este recente casino é bastante agradável. Aqui os clubes visitados foram dois. O Club Bikini, nome apetecível, e o Voodoo Lounge. O Club Bikini prometeu muito, mas não agradou a ninguém. A música latina não é da nossa predilecção, e só as empregadas em bikinis reduzidos nos mantiveram pouco mais de meia hora neste antro latino. Já o Voodoo Lounge foi outra história. Um belo clube no topo do prédio, no andar 51, com uma vista fabulosa sobre a Strip e todos os emblemáticos Hotéis, Casinos e demais edifícios. Ao ar livre, muito calor, música, animação, e uma vista maravilhosa, condimentos para uma noite bem passada. Quando fechou, procuramos mais festa pela Strip, indo parar ao Cesar’s Palace, e ao Harra’s onde tínhamos o Dray’s, o clube que está aberto até mais tarde. A noite continuou sob o signo da cidade.. What happens in Vegas, stays in Vegas…

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