San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Thursday, March 30, 2006

Chinatown: Um Mundo À Parte

Chinatown é um mundo dentro de outro mundo, um enclave asiático no coração de uma das mais emblemáticas cidades norte-americanas, um pouco à imagem do que acontece em Nova Iorque. A denunciar o bairro chinês encontramos as primeiras lojas com pechinchas, como mochilas e malas de viagem ao preço da chuva, e os primeiros escritos com caracteres chineses espalhados pela rua. Um dos primeiros contactos com o bairro deu-se num parque que fazia de charneira entre o Financial District dos arranha-céus e a Chinatown dos pagodes e dragões, onde a 3ª idade chinesa gozava os dias da reforma no ócio forçado da idade. Grupos de mulheres a jogar cartas em mesas improvisadas em caixas de cartão, homens a passear solitários de mãos atrás das costas, grupos de discussão de actualidades e curiosidades encostados ás colunas de uma espécie de pagode em ponto grande que proporcionava um abrigo no meio do parque e que fazia lembrar os coretos dos nossos clássicos parques urbanos. Assim, de repente, veio-me à imagem a Praça do Marquês do Pombal no Porto, à imagem de muitas outras praças por esse Portugal, onde os nossos reformados matam o tempo entre A Bola e a sueca. Continuando a subir uns metros encontramos a rua principal de Chinatown, a Grant Street, e embrenhamo-nos então por essa artéria asiática. Aqui o apelo aos sentidos é grande. Montras coloridas, pagodes, balões chineses a sobrevoar a rua em fios cruzados, caracteres chineses indecifráveis mas apelativos, gente a caminhar de um lado para o outro, na sua maioria chineses, mandarim e cantonês no ar, ou então aquele inglês característico com sotaque asiático e sem r’s. Chinatown é um mundo à parte de San Francisco. Aqui é possível por vários e demorados momentos esquecer-nos que estamos numa cidade norte-americana, e fingirmos por momentos que nos encontramos numa qualquer rua comercial de Pequim ou Xangai. As diversas lojas estão cheias de “chinesisses”, os mais variados produtos a preço de pechincha, elementos turísticos como t-shirts, postais e outros souvenirs, ou os também populares produtos fotográficos. O Chico acabou por se render a outro produto muito popular em Chinatown, as malas de viagem e mochilas variadas. Não tanto por deslumbre momentâneo, mas antes por necessidade advinda das compras e recordações recolhidas durante 3 semanas de viagem. Fizemos a Grant Street até ao portal chinês que assinala o começo do bairro, e depois voltamos para trás pela mesma rua, até onde a Grant se cruza com a Columbus e a Broadway, onde começa North Beach, o bairro italiano. Chinatown acabou por nos consumir um bom par de horas, perdidos no meio de tamanha confluência de estímulos sensoriais e culturais. Exploramos algumas ruas perpendiculares a Grant Street, mas o tempo escasso empurrou-nos para fora do bairro chinês. No fim da Grant Street Chinatown não acaba propriamente. Vêm-se outras referências chinesas nas ruas circundantes.

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