San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Wednesday, March 29, 2006

O Último Dia em San Francisco

O dia seguinte era de despedidas, ou antes de um até já. Acordamos com o Chico a tentar empacotar tudo nas suas malas, ele que chegou com uma grande mochila, e nos deixou com duas mochilas cheias de compras e souvenirs, uma prancha de snowboard e um skate. Pelo meio-dia apanhamos um táxi para Downtown onde o Chico apanhou o BART, o comboio suburbano da cidade que o levou ao aeroporto internacional de San Francisco. Com o resto do dia livre e com o meu voo para San Diego apenas pelas 9 e tal da noite, aproveitei o belo dia de sol para ver outras zonas de San Francisco com a companhia do João. Demos uma pequena volta por Downtown onde fomos ao Yerba Buena Park, depois de passarmos pelo SF MOMA, o museu de arte contemporânea de San Francisco. O Yerba Buena Park é um parque urbano bastante agradável, que conta com uma homenagem a Martin Luther King pelo meio de uma fonte que imita cascatas de água. Depois de deambularmos pelo parque apanhamos o metro até o bairro latino, Mission, onde comemos qualquer coisa e vimos a igreja mais antiga de San Francisco e que marca o fim de El Camino Real. Continuamos a andar até chegarmos ao Castro, o bairro gay de San Francisco. Realmente San Francisco é muito conhecida pelo seu movimento gay e pela sua liberdade, mas em toda San Francisco não me lembro de ver um casal gay. Só mesmo no Castro isso é uma realidade e o orgulho gay é celebrado. O bairro é muito engraçado, colorido e animado, contando ainda com algumas das melhores lojas de roupa e design que vi em toda a cidade. Não faltam bandeiras com as cores do arco íris e referências ao movimento, como por exemplo a lavandaria “Pride Cleaners”. A tarde avançava e faltava ver um ícone incontornável de San Francisco: a Golden Gate Bridge. Apanhamos então um eléctrico que nos levou a um canto da cidade, para apanharmos um autocarro que nos levou à outra ponta ao Golden Gate Park, um imenso parque que precede a entrada na ponte. Chegados ás imediações da ponte temos a lojinha de recordações, como não podia deixar de ser. O dia estava fantástico, principalmente quando falamos de San Francisco. O nevoeiro que a maior parte das vezes invade a baía não tinha aparecido, e raiava um sol bem Californiano a permitir uma excelente visão deste monstro de engenharia e história. Por falar no nevoeiro, na loja de recordações, entre outras coisas como t-shirts e canecas, podíamos comprar recordações mais bizarras como nevoeiro da ponte enlatado numa lata apelativa. Parece ridículo, mas é assim que os Americanos exploram as suas atracções turísticas. Do imponderável inconveniente que o nevoeiro representa eles fizeram uma fonte de receitas. E a ideia é tão bizarra e idiota que até tem piada e demonstra criatividade e sentido de humor. Fomos então até meio da ponte e paramos a admirar a cidade lá ao fundo, os pilares e os enormes cordões de aço, a baía e os barcos que por lá passam. O cansaço era enorme, e a chegada à ponte indicava o atingir do último objectivo da viagem. O corpo cedia ao cansaço. Fomos lanchar qualquer coisa perto de Fisherman’s Warf, já perto da casa do João, e fomos então para casa descansar e esperar pela hora da minha partida. Pelas 7 e meia da tarde despedi-me do João e comecei a minha viagem de volta a San Diego. Primeiro tive que me pôr em Oakland, a cidade vizinha de San Francisco que fica do outro lado da Bay Bridge. Um autocarro para o centro, o BART até o estádio de Oakland, e de lá o shuttle que nos leva ao aeroporto. E por fim o avião da Southwest Airlines que me levou em cerca de hora e meia até San Diego. Estava estafado, destroçado, despedaçado por 5 dias de viagem. Foi cansativo mas uma grande viagem, com momentos fantásticos que hão-de ficar sempre na minha memória. Para terem uma ideia do que San Francisco faz a uma pessoa, fiquei com as pernas a doerem-me até 2 ou 3 dias depois de chegar a San Diego, em músculos que nem sabia que tinha. E os gémeos e os músculos das canelas quase rebentavam de tanto fluxo sanguíneo em tão pouco espaço de tempo. San Francisco marca, de uma maneira ou de outra.

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