San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Friday, August 18, 2006

Santa Ynez e Solvang

Atravessámos de novo o centro de Santa Bárbara, despedimo-nos desta pacata cidade e dirigimo-nos para os montes de Santa Ynez. Depois de sair da auto-estrada começámos a subir a estrada que nos permite atravessar os montes e alcançar o quente vale de Santa Ynez onde se planta e produz o vinho desta região Californiana. À medida que subimos começamos a vislumbrar uma vista privilegiada da baía de Santa Bárbara e do azul Oceano Pacífico. Pelo meio de pequenos montes e vales verdes vamo-nos aproximando de Santa Ynez, a pequena vila vinícola, e à nossa direita uma pequena barragem forma um lago que empresta um bocado de azul a esta paisagem verdejante. Já na estrada que nos levará directamente a Santa Ynez começamos a ver diversas quintas inundadas de vinhas, uma paisagem que não nos é de todo desconhecida. Será uma paisagem mais parecida com a do nosso Alentejo vinhateiro do que com a do Douro, se bem que os montes que vão rodeando estes vales planos pouco tenham de Alentejanos. Mas a terra algo seca e a vegetação ocre não enganam, e as vinhas em plantações planas remetem-nos directamente para essa região de Portugal. Chegados a Santa Ynez deparámo-nos com uma vila pequena e semi deserta, talvez por ser Domingo, com algumas casas de venda e prova de vinhos a abrirem as suas portas aos turistas e visitantes. Vagueámos um pouco pela cidade mas encontrámos pouca matéria de interesse e decidimos então seguir para outro objectivo: Solvang. Solvang é um enclave Dinamarquês no meio da solarenga Califórnia e fica a poucas milhas de Santa Ynez. Esta pitoresca cidade foi fundada por emigrantes dinamarqueses que há algo mais de 100 anos se fixaram naqueles montes ensolarados. Passear em Solvang é como estar numa pequena vila escandinava e não fosse o sol quente e o ar seco dos montes da Califórnia e poderíamos pensar estar por momentos no norte da Europa. Todos os edifícios são de um estilo nórdico, os nomes das ruas e das lojas são todas alusivas à Dinamarca, há pastelarias Dinamarquesas, e mesmo os habitantes locais são ainda de uma linhagem genética quase intocável pela miscelânea Norte-Americana. Aqui encontrámos também uma maior referência à actividade vinícola da região, com inúmeras lojas de vinhos, viagens guiadas às quintas e caves da região, e vários sítios com provas de vinhos organizadas. O nosso tempo já não era muito, e por isso uma visita a uma quinta ou cave ficou desde logo inviabilizada, mas não podia sair dali sem fazer uma pequena prova de vinhos. Entrámos então numa loja bem no centro de Solvang para uma prova de vinhos da região. Cinco vinhos diferentes por 10 dólares não me pareceu mau negócio, mas quanto à qualidade dos vinhos já não posso dizer o mesmo. Eram vinhos de apenas uma casta, que é o mais usual na Califórnia, e quase todos de castas roubadas aos franceses, como o Pinot Noir ou o Chardonait. Como excepção apenas o australiano Syrah, um vinho branco bastante doce. Aqueles vinhos não me enchiam as medidas, mas não tive a oportunidade de experimentar vinhos de outros produtores e deixei então a verdadeira análise do vinho da Califórnia para a minha futura visita ao Napa Valley, a mais famosa região vinícola da Califórnia. Lanchámos numa pastelaria tipicamente dinamarquesa que tinha uns pastéis de queijo fresco e de amêndoa deliciosos e lançamo-nos na viagem de volta a San Diego, numa corrida contra o tempo e o trânsito para tentar chegar ainda a tempo do concerto Franz Ferdinand. Pelo caminho, ainda perto de Solvang, vimos uma quinta repleta de abóboras gigantes para venda, um prenúncio do Halloween que já não estava longe.

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