San Diego Chronicles

... o sabor da Tequilla e das enchiladas, o brilho da areia, as ondas do Pacífico, as cores do México, o som do Jazz, dos Blues, do Funk, o movimento nas ruas, aquilo que me surpreende, o que me fascina, o que me apaixona, o que me chateia, ou apenas aquilo que me vai na cabeça...

Friday, April 22, 2005

Aberto Até de Madrugada ... ou Quase ...

Aqui, o dossier “sair à noite” exigiu alguma readaptação. Logo para começar, e talvez o aspecto mais estranho aos nossos hábitos: aqui ás duas da manha está tudo fechado, o que quer dizer que em pleno sábado ás duas menos um quarto está-se a ligar as luzes e a parar a música. Isto inviabiliza os meus jantares ás 10.30. A essa hora já deveria estar a bombar num club qualquer e a mamar umas Pacífico ou umas Bud! Ás 18.30 / 19.00 os restaurantes e bares já estão vibrantes de animação, com gente a comer e beber e a preparar uma noite de deboche! Eu ainda não consegui regular o meu relógio nesse sentido, mas a coisa vai lá. Já na Polónia tive que me adaptar a uns horários parecidos, mas de qualquer maneira mais flexíveis. Havia sempre onde ir ate mais tarde. Aqui fecha tudo. Até as ruas. Se forem 3 da manhã e estivermos na rua parados a conversar, é certinho que somos abordados pela polícia, e encorajados convictamente a pôr-nos a andar dali. Isto e se não formos logo algemados antes de qualquer abordagem formal. Uma espécie de recolher obrigatório camuflado. Aqui, para a polícia dar um tiro em alguém não é preciso muito. Mas também vou ser sincero, nunca senti uma grande repressão no ar. Pensei que ia ser mais impositiva a posição da polícia. Mas já vi muitos jovens algemados não sei bem porquê. Em geral parece ser problemas com os carros. Álcool, falta de documentos, ou carros mal parados. Deve dar uma noitita na casa do Sherif, que até fica a caminho de minha casa. Na semana passada fui a pé para casa depois de ter estado num bar e aí sim senti-me observado. Um helicópetro voava em círculos por cima de mim, e por cima dum par de quarteirões. Estava mesmo a irritar-me aquilo! Apeteceu-me mostrar-lhes o diplomático dedo do meio da minha mão direita, mas não duvido que em 30 segundos tinha cinco carros da polícia à minha volta, e estava a cheirar o passeio com uns joelhos nas costas. Por isso achei melhor apenas vociferar impropérios adequados à situação.
Voltando à noite, que isto já descambou para os casos de polícia, também já me falaram que há uns bares que realmente ficam abertos até ás 4 da manhã. Tenho que os descobrir! Um deles foi uma amiga minha polaca (como não podia deixar de ser) que me falou de um bar mexicano perto de casa dela. Mas não sei não… Um bar Mexicano aberto até de madrugada… Cheira-me a esturro… Mas ainda hei-de descobrir algum que me permita prolongar as quentes noites da Califórnia. O que me parece ser a investir são as festas em casa de alguém. Claro que há sempre o risco de irromper a polícia pela casa dentro a disparar bolas de paint ball cheias de gás pimenta, como já me descreveu um san dieguense com que falei. Mas alguns clubs aqui têm outra característica interessante. Nas casas de banho há um cicerone para nos servir. Só não nos segura na … whatever. Mas de resto, quando nos dirigimos ao lavatório abre-nos a torneira, esguicha sabão líquido para as nossas mãos, e depois fornece-nos papel para as limparmos. Isto sempre com uma postura servil e um sorriso aberto. Claro que espera um ou dois dólares de gorja, e claro que eu não dou. Depois, na zona dos lavatórios temos um manancial de produtos para nos servirmos. Cremes hidratantes, gel para o cabelo, perfumes, pastilhas para o hálito, tic tac’s, chiclets, rebucados, e por ai fora. Paneleirices a mais, mas a pastilha de mentol soube-me bem para tirar o travo a levedura da cerveja que tinha bebido uns minutos atrás.

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